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Mulher de Cunha pede a Moro que tome depoimento de ministro de Temer e do relator do impeachment

Defesa de Cláudia Cruz, ré por lavagem de mais de US$ 1 milhão do esquema Petrobrás, sustenta que os relatos pessoais de Maurício Quintella (Transportes) e Jovair Antunes (PTB/GO) 'são imprescindíveis' para demonstrar que ela não tinha conhecimento nem envolvimento com os 'negócios do marido'

Por Mateus Coutinho
Atualização:

Eduardo Cunha (PMDB) e sua mulher Cláudia Cruz. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A mulher do deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu ao juiz Sérgio Moro que ouça pessoalmente o ministro dos Transportes do governo Temer, Maurício Quintella (PR), o relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara Jovair Arantes (PTB-GO), o ex-presidente da CPI da Petrobrás instaurada em 2015, Hugo Motta (PMDB) e o deputado Carlos Marum (PMDB-RJ).

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Os políticos foram todos arrolados como testemunhas de defesa de Cláudia na ação em que ela é acusada de lavar o dinheiro da propina recebida por seu marido no exterior na aquisição, pela Petrobrás, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011. O negócio teria rendido US$ 5 milhões ao peemedebista.

Segundo a defesa de Cláudia, os depoimentos destes parlamentares são "imprescindíveis" para demonstrar que ela não tinha conhecimento nem envolvimento com os "negócios de seu marido", que atualmente é réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás e de manter contas no exterior para receber e movimentar o dinheiro da propina que ele teria recebido.

"A peticionária considera imprescindível a tomada de seus depoimentos (dos deputados) por esse Juízo, tendo em vista a importância da prova a ser produzida a partir das respectivas oitivas, as quais, conforme já consignado em sede de defesa, são essenciais à demonstração acerca da ausência de conhecimento/envolvimento de Cláudia Cordeiro Cruz com os negócios de seu marido e a inexistência de dolo eventual ou cegueira deliberada em seu comportamento", afirma a peça da defesa.

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A manifestação de Cláudia é uma resposta ao juiz Sérgio Moro, que diante dos oito deputados arrolados por ela como testemunhas, sendo dois ministros de Temer, ponderou se eles não poderiam ser questionados por escrito.

A defesa apontou que os depoimentos de Felipe Maia (PMDB-RN), do ministro das Cidades Bruno Araujo (PSDB) e ainda dos deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP) e Átila Lins (PSD-AM) poderiam ser tomados por escrito, mas fez questão de que os outros quatro sejam ouvidos em audiência diante do juiz da Lava Jato.

Denúncia. Desde 9 de junho, Cláudia é ré do juiz federal Sérgio Moro, símbolo da Operação Lava Jato. A mulher de Eduardo Cunha responde a processo por lavagem de dinheiro de mais de US$ 1 milhão provenientes de crimes atribuídos ao deputado afastado. Ela também é acusada de evasão de divisas.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, os recursos que aportaram na conta de Cláudia foram utilizados, por exemplo, para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior - a investigação mostra que ela adquiriu sapatos, bolsas e roupas de grife. Cláudia nega envolvimento com irregularidades e afirma que não tinha conhecimento dos crimes praticados no âmbito da Petrobrás.

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