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Mulher de Cunha assina intimação de Moro e tem 10 dias para se defender

Após duas tentativas fracassadas, Justiça Federal localiza Cláudia Cruz na residência oficial da presidência da Câmara, em Brasília e notifica ela sobre a ação penal a qual é acusada de evasão de divisas e lavagem de mais de US$ 1 milhão

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Foto do author Fausto Macedo
Por Mateus Coutinho , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

Cláudia Cruz e o juiz Sérgio Moro. Foto: Reprodução e Estadão

Na quinta-feira, 30 de junho, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, mulher do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recebeu pela primeira vez a intimação da Justiça Federal informando que ela é ré perante o juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Com isso, ela tem dez dias uteis, contados a partir do dia 30, para se manifestar sobre a acusação de que teria evadido dinheiro e lavado US$ 1 milhão provenientes de crimes praticados por Cunha no esquema de corrupção na Petrobrás.

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A Justiça localizou Cláudia Cruz as 19h20 na residência oficial da presidência da Câmara, para onde ela havia se mudado e de onde deve sair em breve após seu marido anunciar nesta tarde sua renúncia à presidência da Casa. Esta foi a terceira tentativa da Justiça para localizar Cláudia, já que em outras duas ocasiões ela não foi localizada na residência do casal no Rio de Janeiro.

A INTIMAÇÃO ASSINADA POR CLÁUDIA CRUZ:

 Foto: Estadão

Afastado do cargo por uma decisão inédita do Supremo Tribunal Federal no dia 5 de maio e réu em duas ações penais da Lava Jato na Corte, o peemedebista segue com seu mandato de deputado federal até que a Câmara decida sobre seu processo de cassação, que estava para ir a votação no plenário mas ainda terá que aguardar a definição da Comissão de Constituição e Justiça sobre um recurso do deputado.

Enquanto isso, a família Cunha segue com seus membros na mira da Justiça. Enquanto Cláudia Cruz deve prestar esclarecimentos e se defender diante do juiz Sérgio Moro em Curitiba e Cunha deve dar explicações ao STF, a filha do casal Danielle Dytz é alvo de um inquérito da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba que corre em sigilo e, até o momento, é a única da família ainda não denunciada.

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Além disso, Cláudia e Cunha tiveram recentemente seus bens bloqueados pela Justiça Federal em uma ação civil de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal cobrando R$ 80,67 milhões do parlamentar e mais R$ 17,8 milhões da mulher.

O valor corresponde ao acréscimo patrimonial ilícito de Cunha e Cláudia e ressarcimento do dano causado ao erário na compra de campo de petróleo em Benin, na África, em 2011 - negócio que teria resultado numa propina de US$ 10 milhões, parte dela repassada ao peemedebista.

O patrimônio de Cláudia Cruz, , saltou de R$ 1.617.519,09, em 1.º de janeiro de 2008, para R$ 4.029.025.65, em 31 de dezembro de 2014. Um crescimento de 149%, segundo dados da Receita. A análise do Fisco é baseada nos dados declarados por Cláudia.

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