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Mulher de Cabral se diz 'à disposição' para explicar contratos com concessionárias públicas

Defesa de Adriana Ancelmo, em manifestação ao juiz Marcelo Bretas, declarou que ‘pretende colaborar com a Justiça’

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Por Julia Affonso e Mateus Coutinho
Atualização:

Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral, deixa a sede da Policia Federal após prestar depoimento na Operação Calicute (Lava Jato). Foto: Wilton Júnior/Estadão

A defesa da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), preso na Operação Calicute - desdobramento da Lava Jato -, informou ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, que 'se coloca à disposição para prestar novos esclarecimentos' sobre contratos de seu escritório de advocacia com empresas e concessionárias públicas do Estado.

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No período em que seu marido governou o Rio, entre 2007 e 2014, Adriana faturou R$ 73,1 milhões, por meio de seu escritório de advocacia - parte dessa quantia por meio de contratos firmados com concessionárias públicas.

Adriana foi conduzida coercitivamente - quando o investigado é levado a depor e liberado - pela Polícia Federal na quinta-feira, 17, na Operação Calicute, etapa na Lava Jato no Rio. O Ministério Público Federal havia pedido a prisão da mulher de Sérgio Cabral, mas a Justiça Federal negou a custódia.

Em depoimento à PF, na quinta-feira, Adriana foi questionada sobre os contratos de seu escritório de advocacia com empresas e concessionárias durante os dois mandatos do marido (2007/2014). Ela invocou apenas o 'direito de permanecer em silêncio, em razão do dever de seu sigilo profissional'.

Na manifestação enviada ao juiz Marcelo Bretas, na segunda-feira, 21, a defesa de Adriana declarou que a advogada 'pretende colaborar com a Justiça, mas para tanto necessita que suas garantias constitucionais e prerrogativas profissionais, bem como de seus clientes, sejam preservadas'.

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"Deste modo, tendo em vista elevada função de V. Exa. como garantidor dos princípios constitucionais, requer que seja intimado o Ministério Público Federal a fim de que informe se ainda há pontos que deseja elucidar e quais seriam estes, em razão de seu ofício profissional. Após o crivo e análise por este r. Juízo, se coloca à disposição para prestar novos esclarecimentos eventualmente deferidos", anotaram os advogados Ary Bergher, Raphael Mattos e Bianca Alves.

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