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Moro mantém ordem para amigo de Lula voltar à prisão

Juiz da Lava Jato afirma que reconsideração do decreto de prisão preventiva só poderá ser feita após apresentação do pecuarista José Carlos Bumlai à PF; no Supremo, Teori rejeita habeas

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Foto do author Julia Affonso
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , e Isadora Peron e de Brasília
Atualização:

Jose Carlos Bumlai FOTO GABRIELA BILO / ESTADAO Foto: Estadão

O juiz federal Sérgio Moro manteve a determinação para que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, volte à prisão no dia 6. Após dois adiamentos, Moro reforçou sua decisão em despacho nesta quarta-feira, 31.

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No Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki negou liminar em habeas corpus a Bumlai.

Moro havia restabelecido a prisão preventiva de Bumlai em 10 de agosto e ordenado que o pecuarista se reapresentasse à Polícia Federal, em Curitiba, em 23 de agosto.

Ele foi capturado na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato, em novembro do ano passado. Ao juiz Moro ele confessou que o empréstimo de R$ 12 milhões que tomou junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004, foi destinado ao PT.

Bumlai passou à prisão domiciliar em março deste ano para tratar um câncer e problemas cardíacos.

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O magistrado havia adiado, inicialmente, a apresentação de Bumlai para 30 de agosto.

"Desde 10 de agosto teve o acusado tempo para se preparar para a reapresentação", afirmou Moro. "A atual internação, posterior à determinação da reapresentação, gera natural dúvida acerca de sua real necessidade, considerando o já exposto e a vagueza dos atestados médicos apresentados a este Juízo, incluindo qualquer ausência de previsão de alta."

Na terça-feira, 30, O Ministério Público Federal solicitou ao juiz Moro que nomeie um perito médico judicial para avaliar o estado de saúde do pecuarista.

Na decisão desta quarta, o juiz anotou que assim que Bumlai se reapresentar, em 6 de setemrbo, à carceragem da Polícia Federal 'ou, se houver razões médicas comprovadas, deverá internar-se em estabelecimento médico em Curitiba, possibilitando a continuidade de eventual tratamento e a perícia médica requerida pelo Ministério Público Federal, esta a fim de verificar a real necessidade da atual internação'.

"Eventual reconsideração da revogação da prisão domiciliar só será viável após essas providências e a realização da aludida perícia médica", registrou Moro.

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STF. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, negou o pedido da defesa de Bumlai para que ele continue a cumprir a pena em casa.

No habeas corpus impetrado, os advogados de Bumlai pediam para que ele continuasse a cumprir prisão domiciliar por conta do "estado indiscutivelmente debilitado do paciente".

A advogada Daniella Meggiolaro, que defende Bumlai, reagiu com surpresa e decepção. "Nós estamos todos muito preocupados com a saúde do sr. Bumlai. O estado dele é grave. O sr. Bumlai nunca se negou a depor sobre qualquer assunto a que convocado e esclareceu todas as dúvidas sobre o empréstimo (tomado ao banco Schahin)."

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