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Moro manda Procuradoria e Odebrecht informarem se têm originais que Lula quer

Defesa do ex-presidente questiona três documentos anexados à ação penal sobre supostas propinas da empreiteira ao petista

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt e enviado especial a Curitiba
Atualização:

Sergio Moro. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O juiz federal Sérgio Moro intimou a Procuradoria da República, no Paraná, a Odebrecht e a defesa do empresário Marcelo Odebrecht a informarem se possuem o original de documentos solicitados pelo ex-presidente Lula. O alvo dos advogados do petista são documentos anexados à ação sobre supostas propinas do Grupo para o ex-presidente, na Operação Lava Jato.

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"Pelo que o Juízo compreendeu os documentos questionados foram extraídos do sistema de contabilidade paralela da Odebrecht, tendo sido digitalizados e ali inseridos, depois sido impressos e apresentados ao Juízo, o que está sendo objeto da perícia realizada na ação penal", narrou Moro.

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"Importa saber se ainda existem os documentos originais, antes da digitalização e introdução no sistema de contabilidade paralela da Odebrecht."

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O magistrado determinou a intimação do Ministério Público Federal, da defesa de Marcelo Bahia Odebrecht e da Odebrecht 'para que informem se ainda existem os documentos originais, antes da digitalização e inserção no sistema de contabilidade paralela da Odebrecht'.

"Se positivo, para que os apresentem na Secretaria do Juízo em cinco dias", ordenou Moro.

Incidente de falsidade. A defesa de Lula questionou três documentos anexados à ação penal. Para todos, pediu 'realização de exames grafoscópico e documentoscópico'.

Os advogados contestaram uma ordem de pagamento que teria duas versões, 'uma, com apenas uma assinatura e outro com duas assinaturas'. Os defensores querem saber se 'os documentos contestados são os mesmos e se há uma versão do documento com apenas uma assinatura e outro com duas assinaturas'.

Um papel com anotações manuscritas também foi alvo da defesa de Lula, que apontou a existência de 'dois tipos de caligrafia' no documento. "São anotações a tinta e, aparentemente uma a lápis, efetuadas com dois tipos de caligrafia, que não tiveram os autores identificados", relatam os defensores.

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Os criminalistas querem saber se 'a inscrição "P. Melo" foi inserida posteriormente às anotações em tinta azul, em que momento foi realizada a inserção da inscrição "P. Melo" e ainda se o Sr. Paulo Melo subscreveu esse documento'.

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O terceiro documento na mira dos defensores do petista é um e-mail com 'inscrições manuscritas' apresentados por Marcelo Odebrecht.

"Constata-se que foram juntados, por Marcelo Odebrecht, diversos documentos com anotações e grifos. Não é possível aceitar que documentos desta natureza sejam agregados aos autos sem que se verifique, criteriosa e cuidadosamente, sua idoneidade", contesta a defesa.

Ao juiz Moro, os advogados pediram que 'seja determinado ao Ministério Público Federal e ao corréu-delator que informem se dispõem das vias originais dos documentos aqui contestados, juntados, para que essas vias também sejam usadas na realização de prova pericial'.

"Seja determinada a realização de exames grafoscópico e documentoscópico sobre cada um dos documentos ora impugnados, em suas versões originais, dando-se às partes a oportunidade de formulação de quesitos e a indicação de assistente-técnico", solicitaram os advogados.

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A Odebrecht fechou acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República - 77 executivos da empreiteira fizeram delação premiada.

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