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Moro diz que defesa faz 'propaganda política' de Lula e veta pergunta de advogado

Durante depoimento do ministro da Fazenda Henrique Meirelles como testemunha do petista, réu no caso triplex, defensor quis saber se o governo do presidente Lula 'trouxe benefícios ao País'

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Por Mateus Coutinho , Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Henrique Meirelles depõe como testemunha de defesa de Lula. Foto: Reprodução

Em mais um embate com os advogados do ex-presidente Lula nesta sexta-feira, 10, durante audiência da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro afirmou que o criminalista Cristiano Zanin Martins estava fazendo 'propaganda política' do governo Lula e, por isso, vetou uma pergunta dele ao ministro da Fazenda Henrique Meirelles - arrolado pela defesa do petista na ação penal do caso triplex.

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"Pelos elementos que o sr. tem, o governo do presidente Lula foi um governo que trouxe benefícios ao País e não um governo que tenha buscado benefícios pessoais para os governantes e pessoas do alto escalão do governo?", indagou o advogado, na tentativa de rebater a tese da Lava Jato de que houve um grande esquema de corrupção orquestrado por Lula em seus mandatos presidenciais (2003/2010).

O magistrado vetou a pergunta, sob argumento que Zanin estava buscando ouvir opinião do ministro.

"Ele (Meirelles) responde sobre fatos apenas", disse Moro. "A impressão é que a defesa está fazendo propaganda política do governo anterior. Não é apropriado, aqui existe um objeto de acusação bem delimitado. Fica indeferida a pergunta."

Zanin negou. "Propaganda política não estou fazendo, excelência. Até porque eu sou advogado e não cabe a mim fazer nenhum tipo de consideração de natureza política. Eu só estou enfrentando a acusação difusa que o Ministério Público lançou nos autos."

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Em sua última intervenção, o defensor questionou Henrique Meirelles se ele 'teve conhecimento de algum elemento concreto que pudesse indicar a presença de uma estrutura criminosa de poder durante o governo do presidente Lula que tivesse o presidente Lula como comandante dessa estrutura criminosa'. "Eu não tive acesso a nenhum tipo de informação sobre isso, inclusive, porque não era o papel do Banco Central", declarou o ministro da Fazenda. No fim da audiência, Moro brincou com Meirelles. "Sr. ministro, agradeço mais uma vez a disposição de Vossa Excelência para responder essas questões. Sei que o tempo de Vossa Excelência é muito valioso, mas o Juízo também não tem perguntas a Vossa Excelência. Teria perguntas sobre Economia, mas não é o momento apropriado, está fora do objeto do processo. Deixamos para uma outra oportunidade eventualmente."

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