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Moro manda Zelada para prisão comum

Ex-diretor de Internacional da Petrobrás e outros dois presos na 15ª fase da Lava Jato serão levados da Custódia da PF, em Curitiba, para Complexo Médico-Penal, após pedido da polícia

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Por Redação
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Por Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt

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O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, autorizou nesta segunda-feira, 17, a transferência do ex-diretor de Internacional da Petrobrás Jorge Luiz Zelada, do ex-gerente da estatal Celso Araripe de Oliveira e o executivo da Andrade Gutierrez Flávio David Barrapara o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Os três estão presos na Custódia da Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense, e serão levados na manhã desta terça-feira.

A transferência foi solicitada pela Polícia Federal. Os delegados alegaram que o espaço físico da carceragem era limitado e que chegam ao local, com frequência, novos presos em flagrante.

"De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos. Tanto por isso autorizei, anteriormente, a remoção de outros presos relacionados à Operação Lava Jato para o Complexo Médico Penal, local que vinha atendendo satisfatoriamente às condições de custódia dos referidos presos provisórios", sustentou Moro.

"Pelo que foi verificado anteriormente, ficarão em ala reservada, com boas condições de segurança e acomodação. Autorizo, assim, a remoção dos presos acima listados."

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No Complexo Médico-Penal estão outros presos da Lava Jato. Foram transferidos para o presídio estadual, anteriormente, o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos ligados à empreiteira, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e ex-dirigentes do grupo. Do grupo de agentes públicos estão os ex-diretores da Petrobrás Renato Duque (Serviços) e Nestor Cerveró (Internacional).

 

Jorge Zelada é réu em uma ação penal na Lava Jato. Ele é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo o contrato do navio-sonda Titanium Explorer, da Petrobrás.

Segundo a denúncia da Procuradoria da República, a propina acertada no contrato era de US$ 31 milhões, dos quais US$ 20,8 milhões teriam sido efetivamente pagos. A cota do PMDB, afirma o Ministério Público Federal, chegou a US$ 10 milhões em 2009. Zelada foi sucessor do ex-diretor Nestor Cerveró - preso desde 14 de janeiro - na diretoria Internacional, cota do PMDB no esquema de loteamento político na estatal.

Cerveró e os lobistas Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano - operador do PMDB - e Julio Gerin Camargo foram condenados no processo que envolve a propina pelos dois navios-sonda que antecederam os contratados na gestão Zelada.

Outros transferidos. O executivo Flávio David Barra está sob suspeita de envolvimento em suposto esquema de corrupção na Eletronuclear. Flávio Barra foi citado em delação premiada de Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa. De acordo com os investigadores, o delator afirmou que participou de reunião entre os vencedores da licitação de Angra 3 e que, na ocasião, teria sido solicitado a Flávio Barra uma 'contribuição' a determinados políticos.

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Celso Araripe foi gerente de Implementação de Empreendimentos para Cabiúnas, em Vitória (ES). Ele era o responsável por diversos projetos, dentre eles o da construção do Prédio Administrativo da Petrobrás na capital, segundo o Ministério Público Federal. Araripe é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Procuradoria afirma, em denúncia, que ele recebeu propina nas obras do edifício da estatal.

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