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Moro bloqueia bens de executivo da Petrobrás por propinas em Pasadena

Demarco Epifânio, da área Internacional da estatal, teria recebido US$ 200 mil na compra da refinaria do Texas que provocou prejuízo de US$ 1 bilhão, em 2006

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Por Fausto Macedo , Ricardo Brandt e Mateus Coutinho
Atualização:

Refinaria de Pasadena, no Texas. Foto: Richard Carson/Divulgação

O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, decretou o bloqueio de valores do executivo Demarco Jorge Epifânio, da área Internacional da Petrobrás, sob suspeita de ter recebido propinas na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) o - negócio que provocou prejuízo estimado em US$ 1 bilhão à estatal, em 2006.

A ordem judicial alcança ativos mantidos em contas e investimentos bancários de Epifânio, além de aplicações em ações, fundos de investimento, previdência privada.

A medida foi tomada no âmbito da Operação Vício, 30.ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, 24.

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A Polícia Federal não localizou o executivo. A suspeita dos investigadores é que ele estaria fora do País.

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Delatores da Lava Jato, como o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, revelaram que o executivo teria recebido pelo menos US$ 200 mil em propinas por Pasadena.

Os investigadores suspeitam que Epifânio teria recebido valores ilícitos também em outros polêmicos negócios da estatal petrolífera, a contratação dos navios sondas Vitória 10.000 e Petrobrás 10.000.

Agosthilde Mônaco, outro colaborador da Lava Jato, afirmou que o valor destinado a ao executivo da Internacional teria sido retirado do montante de US$ 1,8 milhão recebidos por ele 'a título de propina referente à aquisição da Refinaria Pasadena, e entregues em espécie a Demarco'.

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"Agosthilde Mônaco relatou, ainda, um empréstimo que teria feito a Demarco, no valor de US$ 200 mil, para que ele efetuasse a compra de um apartamento para o seu filho no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro/RJ. Segundo Agosthilde, Demarco comprometeu-se a restituir o valor mediante transferência da sua conta corrente no exterior para a conta do colaborador, o que efetivamente teria ocorrido."

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"Posteriormente, o valor teria sido quitado por meio de uma transferência no exterior, a crédito na conta Akabas, controlada por Agosthilde, no valor de US$ 200 mil."

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Mônaco forneceu extratos nos quais foi possível localizar dois créditos no valor de US$ 200 mil na conta Akabas, de agosto de 2007.

Epifânio também foi citado por Eduardo Musa, ex-gerente de Internacional da Petrobrás.

"Pelo teor dos depoimentos prestados pelos colaboradores Fernando Soares, Eduardo Musa e Agosthilde Mônaco, Demarco Epifânio teria participado do grupo que recebia vantagem indevida decorrente dos contratos de fornecimento dos navios-sonda e possivelmente da aquisição da Refinaria de Pasadena", destacou o juiz Moro no despacho que autorizou realização de buscas na residência do executivo.

 

  Fernando Baiano confirmou o nome de Epifânio como sendo um dos executivos da Área Internacional beneficiados pelo recebimento de propina nos contratos de fornecimento dos navios-sonda.

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"Que Demarco também tinha uma conta no exterior, pois certa vez o próprio Demarco passou uma conta para o depoente realizar um depósito, em uma reunião no escritório do Luís Moreira (ex-executivo da estatal); Que por isto acredita que a conta seja dele, mas não sabe se estava em nome dele ou de alguma pessoa de confiança; Que acredita que tal conta seja na Suíça."

"Que houve uma ocasião em que Demarco Epifânio entregou diretamente ao declarante uma conta bancária para crédito da propina, e que em outra ocasião Eduardo Musa fez o mesmo."

"Eduardo Musa, ao seu turno, também confirmou que Demarco Epifânio participava do grupo que recebia propina nos contratos de navios-sonda, porém, alegou desconhecer o meio pelo qual ele recebia a vantagem indevida."

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