O juiz federal Sérgio Moro recebeu nesta terça-feira, 18, denúncia do Ministério Público Federal contra os executivos Ildefonso Colares Filho, ex-diretor do grupo Queiroz Galvão, e Erton Medeiros, empresário ligado à Galvão Engenharia, na Operação Lava Jato. Os empreiteiros se tornaram réus por corrupção ativa pelo oferecimento de R$ 10 milhões em propina, em 21 de outubro de 2009, ao então presidente do PSDB Sérgio Guerra (falecido em 2014).
Documento
A DECISÃO DE MORODocumento
A DENÚNCIA CONTRA EDUARDO DA FONTEA Procuradoria da República, no Paraná, aponta que os valores teriam sido repassados a Sérgio Guerra para barrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás daquele ano. O valor teria sido intermediado pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva.
A investigação aponta que teriam participado dos acertos o então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e os intermediadores de pagamento de propinas Alberto Youssef e Fernando Antônio Falcão Soares.
Eduardo da Fonte foi denunciado perante o Supremo Tribunal Federal. A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o Supremo desmembrou o inquérito em relação aos investigados sem foro privilegiado para a 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a condução de Sérgio Moro.
"Quanto a Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Fernando Antônio Falcão Soares, provavelmente não foram denunciados por conta dos acordos de colaboração e das prévias condenações. Mas o Ministério Público Federal não explicitou os motivos", afirmou Moro na decisão que recebeu a denúncia. "De todo modo, presentes indícios suficientes de materialidade e de autoria em relação aos acusados Ildefonso Colares Filho e Erton Medeiros Fonseca, recebo a denúncia contra eles."
Moro deu prazo de cinco dias para o Ministério Público Federal 'esclarecer sua posição em relação a a Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Fernando Antônio Falcão Soares, denúncia, arquivamento ou suspensão'.