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Ministro alerta para 'teses absurdas' sobre delações da Lava Jato

José Eduardo Cardozo, da Justiça, diz que 'não teve dinheiro (do esquema na Petrobrás) para campanha da Dilma'

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Por Redação
Atualização:

Por Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Julia Affonso

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O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) alertou nesta quinta feira, 4, para o que classificou de "leitura enviesada" das delações premiadas da Operação Lava Jato.

"Querem construir ilações que, evidentemente, não decorrem desses depoimentos", declarou Cardozo, referindo-se às delações dos executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça - ambos da Toyo Setal, empreiteira citada no cartel que se instalou na Petrobrás.

Veja também:Procuradoria pede condenação de Costa e Youssef por desvios em obrasJuiz da Lava Jato diz que crimes 'transcenderam a Petrobrás'Janot condiciona acordo a confissão de culpa de executivos da Lava Jato

O que inquieta especialmente o ministro da Justiça é um trecho do relato de Júlio Camargo em que ele afirma que parte da propina do esquema na estatal petrolífera era repassada em forma de doação oficial ao PT.

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"As delações permitem uma pauta de investigação, para verificar se aquilo que eles (delatores) falam é fato ou não, mas o que temos visto é que com base nesses depoimentos estão surgindo teses absolutamente inverossímeis e absurdas a partir de coisas sequer ditas pelos delatores", adverte o ministro.

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Foto: Fábio Motta/Estadão

Cardozo é enfático. "De onde se tira que teve dinheiro para a campanha da presidente Dilma? É uma tese sem amparo nenhum nas delações. Não teve dinheiro para campanha da Dilma. De onde se tira a ideia de que a doação chegou próxima do Planalto?"

O ministro pondera, ainda. "Por motivações políticas alguns querem fazer leitura enviesada dos depoimentos (dos delatores). Não estão satisfeitos com o resultado eleitoral e querem fazer disso um revanchismo. Querem ganhar no tapetão o que perderam nas urnas, por razões de frustração eleitoral."

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