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Ministério Público celebrou seu dia no reduto de Eduardo Cunha

Em solenidade na Câmara dos Deputados, cujo presidente está sob risco de cassação e foi alvo de buscas, texto de Rodrigo Janot lido no Plenário Ulysses Guimarães faz balanço do 'ano histórico'

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

 Foto: Antonio Augusto/Secom/MPF

Em meio a um clima de grande conturbação e incertezas que cercam seu presidente, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), sob ameaça de cassação, a Câmara abriu as portas nesta terça-feira, 15, para comemorar o Dia Nacional do Ministério Público - o algoz do presidente da Casa. A sessão solene, presidida pelo deputado Alessandro Molon (Rede/RJ) - autor do requerimento que solicitou o evento - ocorreu no Plenário Ulysses Guimarães.

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Desde logo cedo, procuradores da República que integram a força-tarefa do procurador-geral da República Rodrigo Janot vasculhavam 53 endereços de alvos da Operação Catilinárias, etapa da Lava Jato que mira em parlamentares do PMDB - entre eles o próprio Eduardo Cunha, a quem Janot já denunciou formalmente ao Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Enquanto Brasília fervia sob o impacto da ação da Polícia Federal nas residências de parlamentares, na Câmara, o procurador da República Peterson Pereira, secretário de Relações Institucionais da Procuradoria-Geral, lia artigo de Rodrigo Janot, a quem representou.

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O texto de Rodrigo Janot apresentou aos parlamentares que assistiram à comemoração um balanço das ações do Ministério Público Federal em 2015, por ele considerado um 'ano histórico'.

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O procurador-geral da República destacou a Operação Lava Jato, que revelou um dos mais complexos esquemas de corrupção do País e que ganhou proporções internacionais. Nesse contexto, Janot citou a instauração de mais de 30 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra políticos detentores de foro privilegiado perante a Corte máxima.

Entre os desdobramentos da Lava Jato, o procurador-geral citou a prisão, 'por motivos estritamente jurídicos', do senador em pleno exercício do cargo Delcídio Amaral (PT/MS) - sob suspeita de tentar barrar a investigação - e de 'dois dos mais ricos empresários do país', alusão a Marcelo Bahia Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo.

"A democracia brasileira revelou a espectadores incrédulos e estupefatos o vigor e uma maturidade inimagináveis até então. Os frutos virão com o tempo, tempo esse eminentemente jurídico", diz o texto de Janot lido no Ulysses Guimarães.

No artigo, Janot observa também que a crise que o País atravessa não foi causada pelas investigações da Operação Lava Jato, 'mas pela corrupção endêmica que contaminou o Estado brasileiro'. Ele defendeu a aprovação do pacote de dez medidas criado pelo Ministério Público Federal este ano para aprimorar a prevenção e o combate à corrupção e à impunidade. As propostas buscam transparência, prevenção, eficiência e efetividade.

Durante a sessão, segundo informações divulgadas no site da Procuradoria-Geral da República, 'parlamentares de diferentes partidos ressaltaram os avanços e a importância do Ministério Público para a proteção da República, da democracia e da sociedade brasileira; além de seu fortalecimento como fiscal da lei'.

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