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Meirelles diz a Moro que Lula não interferiu no Banco Central

Ministro da Fazenda e ex-presidente do BC, de 2003 a 2010, prestou depoimento em defesa de Lula, nesta quarta, 21, no processo do terreno do Instituto Lula comprado pela Odebrecht

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Por Ricardo Brandt , Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:
 Foto: Estadão

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 21, ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos em primeira instância da Operação Lava Jato, em Curitiba, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não interferiu no Banco Central, durante seu governo.

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O ministro foi presidente do BC durante todo governo Lula, de 2003 a 2010.

"Quando nós conversamos a primeira vez e ele me convidou para ser presidente do Banco Central eu coloquei isso, que tinha a independência do banco como uma das condições. Durante o curso da administração isso foi respeitado, na medida em que todas as decisões que foram tomadas pelo Banco Central naquela oportundiade prevalenceram e na medida que ele manteve no cargo, então isso significa na prática, o respeito à independência da instituição", disse Meirelles ao ser questionado pelo criminalista Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula.

"Certamente não houve interferência."

Meirelles foi ouvido como testemunha de defesa de Lula, no processo por corrupção e lavagem de dinheiro no pagamento de R$ 12 milhões em propinas ao petista pela Odebrecht. O valor teria sido pago na compra de um terreno para ser a sede do Instituto Lula e de um apartamento no edíficio em que mora, em São Bernardo do Campo (SP).

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Lavagem. O defensor de Lula questionou específicamente sobre independência do BC emadotar normas de combate à lavagem de dinheiro. "Essa independência também permitia ao Banco Central editar circulares e atos de regulamentação visando o aprimoramento de atos de combate à lavagem de dinheiro?."

Meirelles afirmou que sim e que a lei dá esses poderes ao Banco Central, o que foi feito em 2005. "Eu não me lembro sequer de ter conversado disso com ele, francamente. Mas eu não posso afirmar de uma maneira ou de outra que tenha conversado a respeito. Mas certamente não houve interferência."

Por videoconferência, Meirelles falou a Moro pela segunda vez como testemunha de defesa de Lula - ele havia prestado depoimento na ação penal do tríplex do Guarujá (SP), que deve ter sentença proferida nas próximas semanas.

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