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Marqueteiro revela encontro com assessor de Gleisi e delator por 'muito dinheiro'

Bruno Martins Gonçalves Ferreira afirmou, em depoimento, que verbas para a campanha da petista foram discutidas em encontro dentro da Odebrecht, em São Paulo, na presença do atual chefe de gabinete dela, Leones Dall'Agnol

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Por Luiz Vassallo , Rafael Moraes Moura e Julia Lindner
Atualização:

Gleisi Hoffmann. Foto: Wilton Junior/Estadão

As revelações dos marqueteiros Oliveiros Domingos Marques Neto e Bruno Martins Gonçalves Ferreira, responsáveis pela campanha da presidente do PT Gleisi Hoffmann ao Senado, em 2014, embasaram denúncia contra a petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.  Gleisi, o ex-presidente Lula, os ex-ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo, e o empresário Marcelo Odebrecht foram acusados de lavagem de dinheiro e corrupção.

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A denúncia narra que R$ 5 milhões saíram do departamento de propinas da Odebrecht para a campanha de Gleisi, dos quais R$ 3 milhões foram registrados junto à Justiça Eleitoral. Dentro do valor declarado, Raquel diz que R$ 1,8 milhão são correspondentes a lavagem de dinheiro - despesas que efetivamente não foram realizadas.

Quebras de sigilo telefônico, depoimentos, delações, registros da empresa que fazia as entregas de dinheiro estão entre os elementos que corroboram a denúncia.

Atingiram em cheio a senadora as declarações à PF feitas por seus próprios marqueteiros.

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Bruno, cujo nome consta na lista de repasses da Odebrecht, atrelado ao valor de R$ 500 mil, admitiu ser proprietário da linha de celular mencionada pelos delatores. Ele contou que, em 24 de outubro de 2014, 'esteve no prédio da Odebrecht no Butantã em algum momento em 2014, com o sr. Leones, chefe de gabinete da senadora Gleisi Hoffmann'.

À época, Leones Dall'Agnol era coordenador geral de campanha e responsável pelas doações, segundo a Procuradoria. A reunião teria ocorrido com Fernando Migliaccio, executivo da Odebrecht.

De acordo com a PGR, 'Bruno assumiu que Fernando e Leones estavam falando sobre verbas de campanha da senadora Gleisi Hoffmann', e que 'não se recorda da monta discutida, mas pode dizer que se tratava de muito dinheiro'.

A senadora recebeu o apelido de 'Coxa' na lista de propinas da Odebrecht. Bruno afirmou imaginar que o apelido tenha a ver com 'a pessoa de Leones, o qual é do Paraná, sendo o codinome uma referência a um time de futebol curitibano'.

Em depoimento no âmbito das investigações, o publicitário Oliveiros Domingos Marques Neto afirmou que chegou a ser pago com R$ 1,1 milhão pelos serviços de campanha, e que não chegou a ter em mãos os R$ 3 milhões declarados a ele por Gleisi no TSE.

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Oliveiros disse que conseguiu receber 'R$ 170 mil e a promessa de parcelamento do restante dos R$ 2 milhões' e que 'com a deflagração da Operação Lava Jato, não teve mais retorno e optou por não fazer outras cobranças'.

COM A PALAVRA, GLEISI HOFFMANN

Mais uma vez a Procuradoria Geral da República atua de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros.

O Ministério Público tenta criminalizar ações de governo, citando fatos sem o menor relacionamento, de forma a atingir o PT e seus dirigentes.

Além de falsas, as acusações são incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da senadora Gleisi Hofmann em 2014.

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A denúncia irresponsável da PGR vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro. Assessoria do PT

 

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