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Mantega relativizou eventual rebaixamento de nota da Petrobrás em reunião do Conselho

Apesar da manifestação de Mantega, que buscou transmitir tranquilidade ao conselho, a Petrobrás sofreu com a S&P poucos meses depois

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Por Redação
Atualização:

Por João Villaverde, Fábio Fabrini e Andreza Matais

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O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Guido Mantega, relativizou, há pouco mais de um ano, um eventual rebaixamento da nota de crédito da Petrobrás junto a agência de rating Standard & Poor's (S&P). Em ata de reunião do conselho realizada no dia 25 de abril de 2014, obtida pelo 'Estado', Mantega surge diminuindo um impacto no mercado em caso de "downgrade" (rebaixamento) da Petrobrás após um debate iniciado pela então presidente da estatal, Graça Foster, e o conselheiro José Guimarães Monforte, representante dos acionistas minoritários.

"Graça Foster relatou as reuniões com a S&P e comentou que a principal fonte de inquietação permanente da agência é o preço de derivados praticados pela Petrobrás no Brasil", relata a ata. A companhia passou mais de seis anos com o preço da gasolina congelado por determinação do governo federal, que não queria que a gasolina aumentasse a inflação. O principal defensor do congelamento, entre 2006 e 2014, era o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que entre 2010 e o início deste ano de 2015 foi também o presidente do conselho da Petrobrás.

VEJA A ÍNTEGRA DA ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO DA PETROBRÁS:

Após a fala de Graça Foster, o conselheiro Monforte observou que o selo de bom pagador da Petrobrás, isto é, o "investment grade", representava um diferencial no mercado. Foto: Estadão

Com este grau de investimento concedido pelas agências de rating, as companhias conseguem empréstimos a condições mais benéficas no mercado internacional, além de aplicações de investidores estrangeiros.

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"Por sua vez, o presidente do conselho de administração Guido Mantega relativizou o impacto no mercado de novo downgrade pela S&P, tendo em vista a liquidez no mercado internacional e a oportunidade de maior rentabilidade obtida pelo capital financeiro nos países emergentes", relata a ata.

Apesar da manifestação de Mantega, que buscou transmitir tranquilidade ao conselho, a Petrobrás sofreu com a S&P poucos meses depois. Em dezembro, a agência rebaixou o perfil de crédito da Petrobrás. Depois, já em março de 2015, a S&P reduziu a nota geral da companhia. Nos dois momentos, a reação do mercado foi muito ruim: os preços das ações da companhia caíram.

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