As manifestações do último dia 15 de março, em todo o Brasil, contra a Presidente Dilma, a corrupção e o PT, que se constituíram no maior repúdio popular já visto na história do país a um Presidente da República, apenas demonstram que o povo está profundamente descontente com o governo e ainda mais com as pouco convincentes explicações que apresenta, em face do desastre econômico que gerou, desde que, em 2011, a atual mandatária assumiu o poder.
Três pontos parecem bem claros:
- a corrupção -a maior da história do mundo-- aconteceu nos governos Lula e Dilma, sem que, em oito anos, ninguém detectasse os desvios de bilhões e bilhões de reais, os quais, segundo as investigações, em parte foram destinados ao próprio partido dos dois presidentes;
- a equivocada política econômica gerou alta inflação, PIB negativo em fins de 2014 e começos de 2015, déficit na balança comercial, desemprego crescente, SEM QUE O GOVERNO FAÇA MEA CULPA;
- a Presidente faltou com a verdade ao dizer, em campanha, que a economia ia bem e que o país não precisava do ajuste fiscal que o candidato Aécio faria, o mesmo que agora ela própria está fazendo.
A desajeitada explicação oficial sobre os movimentos de rua exterioriza o nível de desgoverno do país, sem liderança no Executivo, que apenas tem a sugerir um "monólogo-diálogo": ou seja, que o Congresso aceite o ajuste fiscal (monólogo), para, depois, haver o diálogo...
Creio que, enquanto esta arrogante incompetência perdurar, o Brasil continuará afundado na crise.
* Ives Gandra da Silva Martins é bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) onde também se tornou especialista em Direito Tributário e Ciência das Finanças. Também é Doutor em Direito pela Universidade Mackenzie, vencedor do Prêmio ESSO do IV Centenário de Sáo Paulo, presidente e professor do Centro de Extensão Universitária, perito (Avaliador de Cenários Estratégicos) e conferencista da Escola Superior de Guerra e permanente da ADESG-SP, membro do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio, professor emérito da Universidade Mackenzie, professor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra e presidente do Conselho Superior de Direito da FecomercioSP.