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Machado também relata propina a políticos do PT, do PC do B e do PSB

Além de abastecer o PMDB, propina da Transpetro também teria chegado a outros partidos, segundo delator

Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Gustavo Aguiar , Isadora Peron , Mateus Coutinho , Julia Affonso , Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Atualização:

Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse ao Ministério Público Federal que, além de abastecer as contas do PMDB, a propina que foi desviada da estatal também serviu para financiar campanhas de políticos de outros partidos: os deputados Jandira Feghali (PC do B-RJ), Heráclito Fortes (PSB-PI), Luiz Sérgio (PT-RJ) e Candido Vaccarezza (PT-SP).

Jandira Feghali. Foto: Estadão

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Machado afirmou que Jandira recebeu R$ 100 mil, Luiz Sérgio, R$ 400 mil, e Vaccareza e Heráclito, R$ 500 mil cada um. Disse ainda que o valor acordado com o deputado do PSB era, inicialmente de R$ 1 milhão, mas que metade do valor não foi paga, embora o parlamentar tenha cobrado insistentemente o restante da propina durante as eleições de 2014.

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O delator disse que dependia de Heráclito, então presidente da comissão de infraestrutura do Senado, para conseguir implementar um programa de modernização e expansão da frota de navios da Transpetro iniciado em 2006. O parlamentar, na época, exigiu propina para aprovar na Casa o aumento do limite de endividamento da estatal, medida que garantia a continuidade do projeto.

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Heráclito Fortes. Foto: Estadão

No Congresso, Machado defendia o chamado Promef, de modernização dos navios, como um programa estratégico para o Brasil e que teria o potencial de recriar a indústria naval no País. Interessado, Vaccarezza teria procurado o delator diversas vezes para demonstrar apoio à Transpetro, articulando inclusive com outros deputados reuniões para discutir o assunto.

Cândido Vaccarezza. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Nas eleições de 2010, após as reuniões, o deputado finalmente pediu apoio a Machado, que concordou em ajudá-lo. Os valores teriam sido pagos por meio de uma doação oficial ao diretório do PT em São Paulo feita pela Camargo Corrêa, que tinha negócios com a Transpetro e teria comunicada previamente como deveria repassar o dinheiro.

O mesmo teria acontecido com a Queiroz Galvão ao efetuar repasses a Jandira e Luiz Sérgio. Ambos são citados na delação como deputados que sempre defenderam a indústria naval e os interesses da Transpetro no Congresso. Machado disse que, em épocas de eleição, eles o procuravam pessoalmente para pedir apoio e eram convidados à sede da estatal para discutir como os repasses seriam feitos.

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