A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que o ex-presidente Lula recebeu valores de um 'caixa geral de propinas' montado a partir de contratos da empreiteira OAS com a Petrobrás.
Segundo a Procuradoria da República, pelo menos R$ 3,7 milhões aportados nesse caixa geral foram destinados a Lula, por meio de obras de reformas e instalação de mobiliário e da cozinha do triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá - imóvel que a força-tarefa da Lava Jato afirma pertencer a Lula, o que é negado com veemência por sua defesa.
A Procuradoria sustenta que os pagamentos saíram do 'caixa geral, uma verdadeira poupança de recursos criminosos'.
Esse dinheiro, afirmam os procuradores da República que integram a força-tarefa da Lava Jato, tinha diferentes destinos.
Parte dos valores era redirecionada a título de pagamento de propinas a autoridades públicas. São citados, como exemplos, os ex-diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Nestor Cerveró (Internacional) e Renato Duque (Serviços) - os dois primeiros réus e delatores da Lava Jato, o último, réu e em fase de negociação para colaboração.
Outra parte do dinheiro do caixa geral ia para os partidos políticos que davam sustentação aos diretores corrompidos da estatal petrolífera.
O caixa geral também servia 'para dar outras finalidades ao dinheiro sujo ali aportado'.
Segundo os procuradores, essa fatia de recursos ilícitos 'era direcionada a benefícios esparsos deduzidos do caixa geral de propinas do PT, como para as obras do triplex e para custear a manutenção da mudança do ex-presidente Lula'.
Os procuradores estão convencidos de que o dinheiro da suposta propina a Lula saiu de contratos da OAS com a Petrobrás. "A maior parte dos recursos decorreu de contratos no âmbito da Petrobrás."
Segundo os procuradores, a OAS, cujo ex-presidente Léo Pinheiro é amigo de Lula, firmou contratos com o governo federal que somaram R$ 7 bilhões, dos quais 68% são relativos a negócios com a estatal petrolífera.