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Luiz Marinho diz a compadre de Lula que tentou ligar para Lewandowski

Grampo da Operação Aletheia, que pegou ex-presidente, revela preocupação do prefeito de São Bernardo do Campo com uma possível nova investida da PF no dia 6 de março

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Foto do author Andreza Matais
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt , Fabio Fabrini e Andreza Matais
Atualização:

Luiz Marinho é prefeito de São Bernardo do Campo. Foto: Estadão

Ligação interceptada pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, no dia 6 de março, pegou o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), em conversa com o advogado Roberto Teixeira, compadre e defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No diálogo, Marinho diz a Teixeira que 'chegou ao seu conhecimento que a Rede Globo teria acionado duas equipes para permanecerem a partir das quatro da manhã na sede da Polícia Federal em São Paulo e na residência de Lula, devido à possibilidade de uma nova operação policial naquela data'.

Durante a ligação, Marinho citou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Segundo transcrição dos grampos da PF, 'Marinho diz que tentou ligar para Ricardo Lewandowski, ministro do STF, mas que não conseguiu'.

Ricardo Lewandowski. Foto: Filipe Sampaio/STF

O chefe do Executivo da cidade do ABC questiona Roberto Teixeira se ele 'não poderia ligar para os amigos deles no Superior Tribunal de Justiça para tentar obter alguma informação, mas Teixeira diz que não, que não seria de grande ajuda, pois o processo não está correndo no STJ, e sim no STF'.

 
 

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A ÍNTEGRA DO DIÁLOGO

ROBERTO TEIXEIRA: Alô? MARINHO: Roberto? ROBERTO TEIXEIRA: Oi. MARINHO: MARINHO. ROBERTO TEIXEIRA: Sim, MARINHO. MARINHO: Tudo bem? ROBERTO TEIXEIRA: Tudo bem, companheiro. Tudo em ordem. MARINHO: Tentei falar com o Cris. ROBERTO TEIXEIRA: Sim. MARINHO: Notícias que amanhã quatro da manhã e as cinco da manhã a Globo tá escalado pra estar em dois endereços: casa do Lula e na PF. ROBERTO TEIXEIRA: Sei. MARINHO: E eu não sei o que fazer. ROBERTO TEIXEIRA: Na casa dele? MARINHO: É.. quatro e as cinco. ROBERTO TEIXEIRA: Sei. MARINHO: Pode ser tudo, pode ser nada, entendeu? ROBERTO TEIXEIRA: É. Você não tem como avisá-lo? MARINHO: Eu tenho, mas avisar pra que? Entendeu? ROBERTO TEIXEIRA: É.. pelo sim, pelo não.. MARINHO: Pra sofrer a noite toda. ROBERTO TEIXEIRA: É. MARINHO: Pode ser parte de um processo de terrorismo, entendeu? ROBERTO TEIXEIRA: Exato.. exato.. exato.. que coisa. MARINHO: Tentei falar com o Lewandowski, pra saber se.. se ele conseguia.. e não consegui. ROBERTO TEIXEIRA: Sei. Mas que coisa. Realmente a gente não sabe o que fazer, porque não.. né? MARINHO: É. ROBERTO TEIXEIRA: Informações não.. MARINHO: Teus amigos ministros do STJ.. conseguem ver.. ROBERTO TEIXEIRA: Não, não.. lá eles não sabem nada, não. Porque isso daí só podia ser alguma coisa do STF. MARINHO: É, só tô perguntando por desencargo de consciência. ROBERTO TEIXEIRA: É. Eu realmente não sei.. não.. não sei o que fazer aqui. MARINHO: Avisa o Cris. ROBERTO TEIXEIRA: É. Realmente é um.. o que fazer.. é é forte a tua posição, a tua indicação? MARINHO: Oi? ROBERTO TEIXEIRA: A sua indicação é forte? MARINHO: É, uma repórter lá.. tá escalado. Assim, a lobo mandou escalar duas equipes, só isso que eu sei, nada mais. ROBERTO TEIXEIRA: Certo. MARINHO: Avisa o Cris disso e sei lá.. vou.. ROBERTO TEIXEIRA: Eu acho.. avisa.. avisa. MARINHO: Vou avisar. ROBERTO TEIXEIRA: Avisa. Em última análise, se for o caso, ele sabe o que fazer. Ou fica ou vai pra casa de um filho, alguma coisa, né? Um hotel. Vai pra tua casa, qualquer coisa assim, né? Avisa.. E sugere. MARINHO: Tá bom. ROBERTO TEIXEIRA: Tá bom? MARINHO: Abraço.

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