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Lobista diz que pagou R$ 7 milhões 'em cash' a Dirceu

Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou ao juiz Sérgio Moro que dinheiro saiu de contrato da Petrobrás com fornecedora de tubos, e que repasses foram realizados entre 2008 e 2011 por solicitação do ex-diretor da estatal Renato Duque

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Por Julia Affonso , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

Julio Camargo, controlador da Piemonte. Foto: Reprodução

O lobista Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou nesta sexta-feira, 22, ao juiz federal Sérgio Moro que repassou propinas no montante de R$ 7 milhões para o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula). Segundo Júlio Camargo, a propina foi entregue a Dirceu por orientação do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque. O pagamento teria sido realizado em duas ocasiões, entre 2008 e 2011.

Dirceu e Duque estão presos em Curitiba, base da missão Lava Jato, acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. "Paguei a José Dirceu por solicitação de Renato Duque", afirmou o lobista. "Num determinado momento, Renato Duque me chamou e disse que da nossa conta corrente era para destinar 4 milhões de reais ao ministro José Dirceu."

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O juiz Moro, que conduz a Lava Jato, indagou de Júlio Camargo como ele fez o repasse do dinheiro. "Sempre em cash."

O lobista informou que o dinheiro da corrupção saiu de um contrato da Petrobrás com uma fornecedora de tubos. A defesa de Dirceu rechaçou a informação que o ex-ministro tenha recebido valores ilícitos. Segundo Roberto Podval, criminalista constituído por Dirceu, todos os valores recebidos pela JD Assessoria e Consultoria - empresa de Dirceu - são relativos 'a serviços efetivamente prestados, com emissão de nota fiscal'.

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