O ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) fechou seu acordo com a Procuradoria-Geral da República e contou o que sabia em troca de benefícios como redução de pena. A delação foi homologada em 14 de abril.
Documento
A ÍNTEGRA DA DELAÇÃO DE DIOGO-FERREIRAEm delação premiada, Diogo Ferreira confirmou a ofensiva do governo para tentar interferir na Lava Jato através da nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça. Ferreira disse que o parlamentar relatou a ele conversas com a presidente Dilma Rousseff na qual a petista pediu "compromisso de alinhamento" de Navarro com o governo e citou o caso do presidente da Odebrecht preso preventivamente pelo juiz Sérgio Moro, Marcelo Odebrecht.
À PGR, Diogo afirmou ainda que o banqueiro André Esteves, licenciado do Banco BTG Pactual, era o "plano B" do congressista para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. Diogo Ferreira contou que Delcídio ia a São Paulo uma ou duas vezes por mês para se encontrar com Esteves. Em algumas ocasiões, relatou, o senador disse a ele que o banqueiro estava preocupado com uma possível delação de Cerveró por conta de supostas irregularidades na compra de ativos da Petrobrás na África e em negócio com a BR Distribuidora, caso em que teria havido pagamento de propina ao senador Fernando Collor (AL).
Em depoimentos Diogo Ferreira contou também que pagamentos para comprar o silêncio de Nestor Cerveró foram feitos em caixas de vinho e de sapato. O assessor admitiu ser o responsável por coletar o dinheiro, repassando-o ao advogado do ex-diretor, envolvido no desvio de recursos da estatal.