Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Lava Jato tenta decifrar registros de 'doações' da OAS para políticos e partidos

Documentos apreendidos pela PF, como declarações e contabilidade de pagamentos para campanhas, partidos e para o Instituto Lula, foram anexados em inquérito da empreiteira, acusada de ocultar dinheiro de corrupção em repasses oficiais

PUBLICIDADE

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Ricardo Brandt , Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

O ex-presidente Lula. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Foto: Estadão

A Operação Lava Jato analisa registros de doações eleitorais e contribuições partidárias da OAS encontrados nas buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal nos endereços da empresa - uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobrás e em outras áreas do governo, corrompendo políticos e agentes públicos. Há valores para o PT, PSDB, PMDB e outros partidos, declarados oficialmente à Receita Federal e lançados nos balancetes da companhia. Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato tentam decifrar como a propina paga a políticos, partidos e agentes públicos era oculta na contabilidade da empreiteira e quem foram os beneficiados.

PUBLICIDADE

A PF destacou em análise de material apreendido, anexado no final de 2015 ao inquérito que apura o envolvimento de executivos da OAS no esquema da Petrobrás, o registro de doação para o Instituto Lula - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - sem valores especificados. O controle de supostos pagamentos para o instituto está na mesma tabela de doações que eram lançadas na contabilidade interna em uma planilha denominada "Adição". Uma fórmula associada à conta em que aparece a referência ao instituto está sob análise.

 

 Foto: Estadão

São arquivos recuperados do computador de um executivo da OAS, Alexandre Portela. Nesses e-mails, foram encontrados documentos contendo várias planilhas. "Dentre as quais se destaca a planilha denominada ADIÇÕES. Referida planilha apresenta a data de dezembro de 2011", registra analise de material apreendido na OAS feito pela PF. Há ainda uma mesma planilha referente a 2014.

A planilha "apresenta a conta 5220421 - Contribuições para partidos políticos no valor de R$ 500 mil". Os investigadores destacam que há uma "nota denominada NOTA-DOAÇÕES em que deve-se: Controlar essa conta para não ultrapassar o limite de 2% do Lucro Operacional, antes da dedução das DOAÇÕES". Com um lucro operacional de R$ 58,8 milhões, o valor de 2% é de R$ 1,17 milhão.

 Foto: Estadão
[caption id="attachment_32242" align="aligncenter" width="525"] O ex-presidente Lula, que mantinha relações diretas com o presidente da OAS Léo Pinheiro. / Foto: Dida Sampaio/Estadão[/caption] A Operação Lava Jato analisa registros de doações eleitorais e contribuições partidárias da OAS encontrados nas buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal nos endereços da empresa - uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobrás e em outras áreas do governo, corrompendo políticos e agentes públicos. Há valores para o PT, PSDB, PMDB e outros partidos, declarados oficialmente à Receita Federal e lançados nos balancetes da companhia. Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato tentam decifrar como a propina paga a políticos, partidos e agentes públicos era oculta na contabilidade da empreiteira e quem foram os beneficiados. A PF destacou em análise de material apreendido, anexado no final de 2015 ao inquérito que apura o envolvimento de executivos da OAS no esquema da Petrobrás, o registro de doação para o Instituto Lula - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - sem valores especificados. O controle de supostos pagamentos para o instituto está na mesma tabela de doações que eram lançadas na contabilidade interna em uma planilha denominada "Adição". Uma fórmula associada à conta em que aparece a referência ao instituto está sob análise.   São arquivos recuperados do computador de um executivo da OAS, Alexandre Portela. Nesses e-mails, foram encontrados documentos contendo várias planilhas. "Dentre as quais se destaca a planilha denominada ADIÇÕES. Referida planilha apresenta a data de dezembro de 2011", registra analise de material apreendido na OAS feito pela PF. Há ainda uma mesma planilha referente a 2014. A planilha "apresenta a conta 5220421 - Contribuições para partidos políticos no valor de R$ 500 mil". Os investigadores destacam que há uma "nota denominada NOTA-DOAÇÕES em que deve-se: Controlar essa conta para não ultrapassar o limite de 2% do Lucro Operacional, antes da dedução das DOAÇÕES". Com um lucro operacional de R$ 58,8 milhões, o valor de 2% é de R$ 1,17 milhão. A Lava Jato sabe que além de doações de campanhas e partidárias, consultorias e repasses a entidades foram usados para ocultar valores desviados de contratos da Petrobrás. O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - que chegou a ser preso em novembro de 2014 e depois solto em abril de 2015 - era o principal contato de políticos nessa suposta triangulação. Entre os contatos do empreiteiro, o ex-presidente Lula e o atual chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ambos negam relações ilícitas. O objetivo não é usar os documentos para chegar ao montante doado para as legendas e campanhas, mas sim entender a sistemática de ocultação interna dos valores de propina pagos por empreiteiras do cartel. Dois delatores auxiliam a Lava Jato a decifrar essa engenharia financeira da OAS, o doleiro Alberto Youssef - que afirmou cuidar do caixa 2 da empreiteira - e o advogado Roberto Trombeta - que confessou fornecer notas por falsos serviços para empresas. Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. A descoberta de como os valores da corrupção eram lançados nos orçamentos ajudará a apontar que os preços de contratos eram majorados, por conta do esquema, acredita a força-tarefa. O material auxiliará na responsabilização aos partidos, buscada pela força-tarefa neste ano. Declaração de doações. Analisando a caixa de mensagens do computador de Portela, a PF identificou o registro de algumas doações partidárias e eleitorais lançadas na declaração de imposto de renda da empresa. Na Declaração de Imposto de Rende Pessoa Jurídica de 2014 da Construtora OAS - um dos braços do Grupo OAS -, por exemplo há pelos menos 11 doações, a maior delas para o Diretório Nacional do PT no valor de R$ 7,07 milhões. O Diretório Regional de São Paulo recebeu outros R$ 500 mil, segundo o documento. O segundo maior partido a receber foi o PSDB. O Diretório Nacional tucano tem uma doação de R$ 3,78 milhões registrada nessa contabilidade. O Diretório Regional de São Paulo, do partido, outros R$ 1,24 milhão. O DEM, outro partido da oposição ao governo Dilma Rousseff, recebeu R$ 1,10 milhão, via Diretório Nacional, e outros R$ 200 mil, pelo Diretório de Porto Alegre (RS). O Diretório Nacional do PSB recebeu R$ 1,55 milhão. O PSD foi outro partido a receber duas doações de alto valor, R$ 1,2 milhão via Diretório Estadual de São Paulo e R4 400 mil via Diretório Nacional. Os valores não representam o total doado pela OAS em 2014. A empreiteira repassou o montante de R$ 82,8 milhões na disputa eleitoral. Foi a 3ª maior contribuinte das campanhas, atrás apenas do Grupo JBS e da Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato. O levantamento é do Estadão Dados. Do total de doações da OAS naquele ano, o PT foi quem mais recebeu (R$ 25,7 milhões), o PSDB foi o segundo (R$ 16,6 milhões), seguidos pelo PMDB (R$ 14,7 milhões). Campanha municipal. A PF também listou registros encontrados de doações para a campanha municipal de 2012, da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica 2012. O representante é o ex-presidente Léo Pinheiro. O responsável pelo preenchimento do documento é o executivo Gustavo Amorin de Almeida. A PF destaca que "na página 95 há dados sobre doações a Campinas Eleitorais para o PT Diretório Nacional, no valor de R$ 500 mil". O material foi recuperado do computador de Portela. O arquivo "IR pago no exterior/DIPJ DECLARAÇÃO COMPLETA (V1) - OASSA 2012" tem destacado pela PF que nas páginas 96 e 97 há registro de doações a campanhas eleitorais. Foram listados pagamentos para o Diretório Nacional do PT, R$ 1,75 milhão, para o Diretório Regional do PT em Belo Horizonte, R$ 500 mil, para o Diretório Regional de São Paulo do PT, R$ 250 mil, para o Comitê Financeiro Municipal Único do PT em Santo André, R$ 300 mil, e R$ 100 mil para o prefeito de Ubatuba (SP), Mauricio Moromizato (PT). As doações registradas nesse trecho foram também para a oposição. O PSDB recebeu uma doação no valor de R$ 1,55 milhão e outra de R$ 200 mil. Há ainda outros R$ 300 mil para o PSDB de Belo Horizonte. O Diretório Nacional do PMDB recebeu R$ 900 mil e o Comitê Financeiro Municipal Único do PMDB no Rio, R$ 200 mil. Há ainda uma doação de R$ 300 mil para a campanha de Gabriel Chalita, que foi candidato a prefeito de São Paulo pelo partido. Há registros ainda de R$ 200 mil para o PCdoB, outros R$ 200 mil para o Comitê Financeiro para Vereador do PCdoB em São Paulo e R$ 100 mil para o Diretório Nacional do PSD. A OAS não respondeu aos questionamentos. COM A PALAVRA, INSTITUTO LULA O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso. O ex-presidente, em outras ocasiões, negou qualquer irregularidade nos recebimentos do instituto. COM A PALABRA, PT Todas as doações recebidas pelo partido foram feitas estritamente dentro das normas legais e posteriormente declaradas à Justiça. COM A PALAVRA, PMDB O PMDB informa que "todas contribuições de campanha" são feitas "de forma voluntária". "Não há nenhuma relação com propina e não são feitos como contrapartida a qualquer ação ilegal. Todos recursos arrecadados foram obtidos de forma lícita, seguindo as orientações da Justiça Eleitoral." COM A PALAVRA, PSDB O PSDB, por meio de nota, disse que "apoia as investigações da Lava Jato desde o início". "(O partido) defende que o trabalho das instituições públicas brasileiras avance para os esclarecimentos necessários. Ao mesmo tempo, é importante não permitir que atos ocorridos dentro da lei possam ser confundidos com o pagamento de propinas no governo do PT." Segundo a legenda, as doações "estão todas elas identificadas na prestação de contas do partido junto à Justiça Eleitoral e seguiram as normas".

A Lava Jato sabe que além de doações de campanhas e partidárias, consultorias e repasses a entidades foram usados para ocultar valores desviados de contratos da Petrobrás. O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - que chegou a ser preso em novembro de 2014 e depois solto em abril de 2015 - era o principal contato de políticos nessa suposta triangulação. Entre os contatos do empreiteiro, o ex-presidente Lula e o atual chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ambos negam relações ilícitas.

Publicidade

O objetivo não é usar os documentos para chegar ao montante doado para as legendas e campanhas, mas sim entender a sistemática de ocultação interna dos valores de propina pagos por empreiteiras do cartel. Dois delatores auxiliam a Lava Jato a decifrar essa engenharia financeira da OAS, o doleiro Alberto Youssef - que afirmou cuidar do caixa 2 da empreiteira - e o advogado Roberto Trombeta - que confessou fornecer notas por falsos serviços para empresas.

Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. A descoberta de como os valores da corrupção eram lançados nos orçamentos ajudará a apontar que os preços de contratos eram majorados, por conta do esquema, acredita a força-tarefa. O material auxiliará na responsabilização aos partidos, buscada pela força-tarefa neste ano.

Declaração de doações. Analisando a caixa de mensagens do computador de Portela, a PF identificou o registro de algumas doações partidárias e eleitorais lançadas na declaração de imposto de renda da empresa. Na Declaração de Imposto de Rende Pessoa Jurídica de 2014 da Construtora OAS - um dos braços do Grupo OAS -, por exemplo há pelos menos 11 doações, a maior delas para o Diretório Nacional do PT no valor de R$ 7,07 milhões. O Diretório Regional de São Paulo recebeu outros R$ 500 mil, segundo o documento.

O segundo maior partido a receber foi o PSDB. O Diretório Nacional tucano tem uma doação de R$ 3,78 milhões registrada nessa contabilidade. O Diretório Regional de São Paulo, do partido, outros R$ 1,24 milhão.

O DEM, outro partido da oposição ao governo Dilma Rousseff, recebeu R$ 1,10 milhão, via Diretório Nacional, e outros R$ 200 mil, pelo Diretório de Porto Alegre (RS). O Diretório Nacional do PSB recebeu R$ 1,55 milhão.

Publicidade

O PSD foi outro partido a receber duas doações de alto valor, R$ 1,2 milhão via Diretório Estadual de São Paulo e R4 400 mil via Diretório Nacional.

 Foto: Estadão
[caption id="attachment_32242" align="aligncenter" width="525"] O ex-presidente Lula, que mantinha relações diretas com o presidente da OAS Léo Pinheiro. / Foto: Dida Sampaio/Estadão[/caption] A Operação Lava Jato analisa registros de doações eleitorais e contribuições partidárias da OAS encontrados nas buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal nos endereços da empresa - uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobrás e em outras áreas do governo, corrompendo políticos e agentes públicos. Há valores para o PT, PSDB, PMDB e outros partidos, declarados oficialmente à Receita Federal e lançados nos balancetes da companhia. Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato tentam decifrar como a propina paga a políticos, partidos e agentes públicos era oculta na contabilidade da empreiteira e quem foram os beneficiados. A PF destacou em análise de material apreendido, anexado no final de 2015 ao inquérito que apura o envolvimento de executivos da OAS no esquema da Petrobrás, o registro de doação para o Instituto Lula - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - sem valores especificados. O controle de supostos pagamentos para o instituto está na mesma tabela de doações que eram lançadas na contabilidade interna em uma planilha denominada "Adição". Uma fórmula associada à conta em que aparece a referência ao instituto está sob análise.   São arquivos recuperados do computador de um executivo da OAS, Alexandre Portela. Nesses e-mails, foram encontrados documentos contendo várias planilhas. "Dentre as quais se destaca a planilha denominada ADIÇÕES. Referida planilha apresenta a data de dezembro de 2011", registra analise de material apreendido na OAS feito pela PF. Há ainda uma mesma planilha referente a 2014. A planilha "apresenta a conta 5220421 - Contribuições para partidos políticos no valor de R$ 500 mil". Os investigadores destacam que há uma "nota denominada NOTA-DOAÇÕES em que deve-se: Controlar essa conta para não ultrapassar o limite de 2% do Lucro Operacional, antes da dedução das DOAÇÕES". Com um lucro operacional de R$ 58,8 milhões, o valor de 2% é de R$ 1,17 milhão. A Lava Jato sabe que além de doações de campanhas e partidárias, consultorias e repasses a entidades foram usados para ocultar valores desviados de contratos da Petrobrás. O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - que chegou a ser preso em novembro de 2014 e depois solto em abril de 2015 - era o principal contato de políticos nessa suposta triangulação. Entre os contatos do empreiteiro, o ex-presidente Lula e o atual chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ambos negam relações ilícitas. O objetivo não é usar os documentos para chegar ao montante doado para as legendas e campanhas, mas sim entender a sistemática de ocultação interna dos valores de propina pagos por empreiteiras do cartel. Dois delatores auxiliam a Lava Jato a decifrar essa engenharia financeira da OAS, o doleiro Alberto Youssef - que afirmou cuidar do caixa 2 da empreiteira - e o advogado Roberto Trombeta - que confessou fornecer notas por falsos serviços para empresas. Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. A descoberta de como os valores da corrupção eram lançados nos orçamentos ajudará a apontar que os preços de contratos eram majorados, por conta do esquema, acredita a força-tarefa. O material auxiliará na responsabilização aos partidos, buscada pela força-tarefa neste ano. Declaração de doações. Analisando a caixa de mensagens do computador de Portela, a PF identificou o registro de algumas doações partidárias e eleitorais lançadas na declaração de imposto de renda da empresa. Na Declaração de Imposto de Rende Pessoa Jurídica de 2014 da Construtora OAS - um dos braços do Grupo OAS -, por exemplo há pelos menos 11 doações, a maior delas para o Diretório Nacional do PT no valor de R$ 7,07 milhões. O Diretório Regional de São Paulo recebeu outros R$ 500 mil, segundo o documento. O segundo maior partido a receber foi o PSDB. O Diretório Nacional tucano tem uma doação de R$ 3,78 milhões registrada nessa contabilidade. O Diretório Regional de São Paulo, do partido, outros R$ 1,24 milhão. O DEM, outro partido da oposição ao governo Dilma Rousseff, recebeu R$ 1,10 milhão, via Diretório Nacional, e outros R$ 200 mil, pelo Diretório de Porto Alegre (RS). O Diretório Nacional do PSB recebeu R$ 1,55 milhão. O PSD foi outro partido a receber duas doações de alto valor, R$ 1,2 milhão via Diretório Estadual de São Paulo e R4 400 mil via Diretório Nacional. Os valores não representam o total doado pela OAS em 2014. A empreiteira repassou o montante de R$ 82,8 milhões na disputa eleitoral. Foi a 3ª maior contribuinte das campanhas, atrás apenas do Grupo JBS e da Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato. O levantamento é do Estadão Dados. Do total de doações da OAS naquele ano, o PT foi quem mais recebeu (R$ 25,7 milhões), o PSDB foi o segundo (R$ 16,6 milhões), seguidos pelo PMDB (R$ 14,7 milhões). Campanha municipal. A PF também listou registros encontrados de doações para a campanha municipal de 2012, da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica 2012. O representante é o ex-presidente Léo Pinheiro. O responsável pelo preenchimento do documento é o executivo Gustavo Amorin de Almeida. A PF destaca que "na página 95 há dados sobre doações a Campinas Eleitorais para o PT Diretório Nacional, no valor de R$ 500 mil". O material foi recuperado do computador de Portela. O arquivo "IR pago no exterior/DIPJ DECLARAÇÃO COMPLETA (V1) - OASSA 2012" tem destacado pela PF que nas páginas 96 e 97 há registro de doações a campanhas eleitorais. Foram listados pagamentos para o Diretório Nacional do PT, R$ 1,75 milhão, para o Diretório Regional do PT em Belo Horizonte, R$ 500 mil, para o Diretório Regional de São Paulo do PT, R$ 250 mil, para o Comitê Financeiro Municipal Único do PT em Santo André, R$ 300 mil, e R$ 100 mil para o prefeito de Ubatuba (SP), Mauricio Moromizato (PT). As doações registradas nesse trecho foram também para a oposição. O PSDB recebeu uma doação no valor de R$ 1,55 milhão e outra de R$ 200 mil. Há ainda outros R$ 300 mil para o PSDB de Belo Horizonte. O Diretório Nacional do PMDB recebeu R$ 900 mil e o Comitê Financeiro Municipal Único do PMDB no Rio, R$ 200 mil. Há ainda uma doação de R$ 300 mil para a campanha de Gabriel Chalita, que foi candidato a prefeito de São Paulo pelo partido. Há registros ainda de R$ 200 mil para o PCdoB, outros R$ 200 mil para o Comitê Financeiro para Vereador do PCdoB em São Paulo e R$ 100 mil para o Diretório Nacional do PSD. A OAS não respondeu aos questionamentos. COM A PALAVRA, INSTITUTO LULA O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso. O ex-presidente, em outras ocasiões, negou qualquer irregularidade nos recebimentos do instituto. COM A PALABRA, PT Todas as doações recebidas pelo partido foram feitas estritamente dentro das normas legais e posteriormente declaradas à Justiça. COM A PALAVRA, PMDB O PMDB informa que "todas contribuições de campanha" são feitas "de forma voluntária". "Não há nenhuma relação com propina e não são feitos como contrapartida a qualquer ação ilegal. Todos recursos arrecadados foram obtidos de forma lícita, seguindo as orientações da Justiça Eleitoral." COM A PALAVRA, PSDB O PSDB, por meio de nota, disse que "apoia as investigações da Lava Jato desde o início". "(O partido) defende que o trabalho das instituições públicas brasileiras avance para os esclarecimentos necessários. Ao mesmo tempo, é importante não permitir que atos ocorridos dentro da lei possam ser confundidos com o pagamento de propinas no governo do PT." Segundo a legenda, as doações "estão todas elas identificadas na prestação de contas do partido junto à Justiça Eleitoral e seguiram as normas".
 Foto: Estadão

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Os valores não representam o total doado pela OAS em 2014. A empreiteira repassou o montante de R$ 82,8 milhões na disputa eleitoral. Foi a 3ª maior contribuinte das campanhas, atrás apenas do Grupo JBS e da Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato. O levantamento é do Estadão Dados. Do total de doações da OAS naquele ano, o PT foi quem mais recebeu (R$ 25,7 milhões), o PSDB foi o segundo (R$ 16,6 milhões), seguidos pelo PMDB (R$ 14,7 milhões).

Campanha municipal. A PF também listou registros encontrados de doações para a campanha municipal de 2012, da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica 2012. O representante é o ex-presidente Léo Pinheiro. O responsável pelo preenchimento do documento é o executivo Gustavo Amorin de Almeida.

A PF destaca que "na página 95 há dados sobre doações a Campinas Eleitorais para o PT Diretório Nacional, no valor de R$ 500 mil". O material foi recuperado do computador de Portela. O arquivo "IR pago no exterior/DIPJ DECLARAÇÃO COMPLETA (V1) - OASSA 2012" tem destacado pela PF que nas páginas 96 e 97 há registro de doações a campanhas eleitorais.

Foram listados pagamentos para o Diretório Nacional do PT, R$ 1,75 milhão, para o Diretório Regional do PT em Belo Horizonte, R$ 500 mil, para o Diretório Regional de São Paulo do PT, R$ 250 mil, para o Comitê Financeiro Municipal Único do PT em Santo André, R$ 300 mil, e R$ 100 mil para o prefeito de Ubatuba (SP), Mauricio Moromizato (PT).

Publicidade

As doações registradas nesse trecho foram também para a oposição. O PSDB recebeu uma doação no valor de R$ 1,55 milhão e outra de R$ 200 mil. Há ainda outros R$ 300 mil para o PSDB de Belo Horizonte.

O Diretório Nacional do PMDB recebeu R$ 900 mil e o Comitê Financeiro Municipal Único do PMDB no Rio, R$ 200 mil. Há ainda uma doação de R$ 300 mil para a campanha de Gabriel Chalita, que foi candidato a prefeito de São Paulo pelo partido.

Há registros ainda de R$ 200 mil para o PCdoB, outros R$ 200 mil para o Comitê Financeiro para Vereador do PCdoB em São Paulo e R$ 100 mil para o Diretório Nacional do PSD.

[caption id="attachment_32242" align="aligncenter" width="525"] O ex-presidente Lula, que mantinha relações diretas com o presidente da OAS Léo Pinheiro. / Foto: Dida Sampaio/Estadão[/caption] A Operação Lava Jato analisa registros de doações eleitorais e contribuições partidárias da OAS encontrados nas buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal nos endereços da empresa - uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobrás e em outras áreas do governo, corrompendo políticos e agentes públicos. Há valores para o PT, PSDB, PMDB e outros partidos, declarados oficialmente à Receita Federal e lançados nos balancetes da companhia. Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato tentam decifrar como a propina paga a políticos, partidos e agentes públicos era oculta na contabilidade da empreiteira e quem foram os beneficiados. A PF destacou em análise de material apreendido, anexado no final de 2015 ao inquérito que apura o envolvimento de executivos da OAS no esquema da Petrobrás, o registro de doação para o Instituto Lula - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - sem valores especificados. O controle de supostos pagamentos para o instituto está na mesma tabela de doações que eram lançadas na contabilidade interna em uma planilha denominada "Adição". Uma fórmula associada à conta em que aparece a referência ao instituto está sob análise.   São arquivos recuperados do computador de um executivo da OAS, Alexandre Portela. Nesses e-mails, foram encontrados documentos contendo várias planilhas. "Dentre as quais se destaca a planilha denominada ADIÇÕES. Referida planilha apresenta a data de dezembro de 2011", registra analise de material apreendido na OAS feito pela PF. Há ainda uma mesma planilha referente a 2014. A planilha "apresenta a conta 5220421 - Contribuições para partidos políticos no valor de R$ 500 mil". Os investigadores destacam que há uma "nota denominada NOTA-DOAÇÕES em que deve-se: Controlar essa conta para não ultrapassar o limite de 2% do Lucro Operacional, antes da dedução das DOAÇÕES". Com um lucro operacional de R$ 58,8 milhões, o valor de 2% é de R$ 1,17 milhão. A Lava Jato sabe que além de doações de campanhas e partidárias, consultorias e repasses a entidades foram usados para ocultar valores desviados de contratos da Petrobrás. O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - que chegou a ser preso em novembro de 2014 e depois solto em abril de 2015 - era o principal contato de políticos nessa suposta triangulação. Entre os contatos do empreiteiro, o ex-presidente Lula e o atual chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ambos negam relações ilícitas. O objetivo não é usar os documentos para chegar ao montante doado para as legendas e campanhas, mas sim entender a sistemática de ocultação interna dos valores de propina pagos por empreiteiras do cartel. Dois delatores auxiliam a Lava Jato a decifrar essa engenharia financeira da OAS, o doleiro Alberto Youssef - que afirmou cuidar do caixa 2 da empreiteira - e o advogado Roberto Trombeta - que confessou fornecer notas por falsos serviços para empresas. Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. A descoberta de como os valores da corrupção eram lançados nos orçamentos ajudará a apontar que os preços de contratos eram majorados, por conta do esquema, acredita a força-tarefa. O material auxiliará na responsabilização aos partidos, buscada pela força-tarefa neste ano. Declaração de doações. Analisando a caixa de mensagens do computador de Portela, a PF identificou o registro de algumas doações partidárias e eleitorais lançadas na declaração de imposto de renda da empresa. Na Declaração de Imposto de Rende Pessoa Jurídica de 2014 da Construtora OAS - um dos braços do Grupo OAS -, por exemplo há pelos menos 11 doações, a maior delas para o Diretório Nacional do PT no valor de R$ 7,07 milhões. O Diretório Regional de São Paulo recebeu outros R$ 500 mil, segundo o documento. O segundo maior partido a receber foi o PSDB. O Diretório Nacional tucano tem uma doação de R$ 3,78 milhões registrada nessa contabilidade. O Diretório Regional de São Paulo, do partido, outros R$ 1,24 milhão. O DEM, outro partido da oposição ao governo Dilma Rousseff, recebeu R$ 1,10 milhão, via Diretório Nacional, e outros R$ 200 mil, pelo Diretório de Porto Alegre (RS). O Diretório Nacional do PSB recebeu R$ 1,55 milhão. O PSD foi outro partido a receber duas doações de alto valor, R$ 1,2 milhão via Diretório Estadual de São Paulo e R4 400 mil via Diretório Nacional. Os valores não representam o total doado pela OAS em 2014. A empreiteira repassou o montante de R$ 82,8 milhões na disputa eleitoral. Foi a 3ª maior contribuinte das campanhas, atrás apenas do Grupo JBS e da Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato. O levantamento é do Estadão Dados. Do total de doações da OAS naquele ano, o PT foi quem mais recebeu (R$ 25,7 milhões), o PSDB foi o segundo (R$ 16,6 milhões), seguidos pelo PMDB (R$ 14,7 milhões). Campanha municipal. A PF também listou registros encontrados de doações para a campanha municipal de 2012, da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica 2012. O representante é o ex-presidente Léo Pinheiro. O responsável pelo preenchimento do documento é o executivo Gustavo Amorin de Almeida. A PF destaca que "na página 95 há dados sobre doações a Campinas Eleitorais para o PT Diretório Nacional, no valor de R$ 500 mil". O material foi recuperado do computador de Portela. O arquivo "IR pago no exterior/DIPJ DECLARAÇÃO COMPLETA (V1) - OASSA 2012" tem destacado pela PF que nas páginas 96 e 97 há registro de doações a campanhas eleitorais. Foram listados pagamentos para o Diretório Nacional do PT, R$ 1,75 milhão, para o Diretório Regional do PT em Belo Horizonte, R$ 500 mil, para o Diretório Regional de São Paulo do PT, R$ 250 mil, para o Comitê Financeiro Municipal Único do PT em Santo André, R$ 300 mil, e R$ 100 mil para o prefeito de Ubatuba (SP), Mauricio Moromizato (PT). As doações registradas nesse trecho foram também para a oposição. O PSDB recebeu uma doação no valor de R$ 1,55 milhão e outra de R$ 200 mil. Há ainda outros R$ 300 mil para o PSDB de Belo Horizonte. O Diretório Nacional do PMDB recebeu R$ 900 mil e o Comitê Financeiro Municipal Único do PMDB no Rio, R$ 200 mil. Há ainda uma doação de R$ 300 mil para a campanha de Gabriel Chalita, que foi candidato a prefeito de São Paulo pelo partido. Há registros ainda de R$ 200 mil para o PCdoB, outros R$ 200 mil para o Comitê Financeiro para Vereador do PCdoB em São Paulo e R$ 100 mil para o Diretório Nacional do PSD. A OAS não respondeu aos questionamentos. COM A PALAVRA, INSTITUTO LULA O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso. O ex-presidente, em outras ocasiões, negou qualquer irregularidade nos recebimentos do instituto. COM A PALABRA, PT Todas as doações recebidas pelo partido foram feitas estritamente dentro das normas legais e posteriormente declaradas à Justiça. COM A PALAVRA, PMDB O PMDB informa que "todas contribuições de campanha" são feitas "de forma voluntária". "Não há nenhuma relação com propina e não são feitos como contrapartida a qualquer ação ilegal. Todos recursos arrecadados foram obtidos de forma lícita, seguindo as orientações da Justiça Eleitoral." COM A PALAVRA, PSDB O PSDB, por meio de nota, disse que "apoia as investigações da Lava Jato desde o início". "(O partido) defende que o trabalho das instituições públicas brasileiras avance para os esclarecimentos necessários. Ao mesmo tempo, é importante não permitir que atos ocorridos dentro da lei possam ser confundidos com o pagamento de propinas no governo do PT." Segundo a legenda, as doações "estão todas elas identificadas na prestação de contas do partido junto à Justiça Eleitoral e seguiram as normas".
[caption id="attachment_32242" align="aligncenter" width="525"] O ex-presidente Lula, que mantinha relações diretas com o presidente da OAS Léo Pinheiro. / Foto: Dida Sampaio/Estadão[/caption] A Operação Lava Jato analisa registros de doações eleitorais e contribuições partidárias da OAS encontrados nas buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal nos endereços da empresa - uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobrás e em outras áreas do governo, corrompendo políticos e agentes públicos. Há valores para o PT, PSDB, PMDB e outros partidos, declarados oficialmente à Receita Federal e lançados nos balancetes da companhia. Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato tentam decifrar como a propina paga a políticos, partidos e agentes públicos era oculta na contabilidade da empreiteira e quem foram os beneficiados. A PF destacou em análise de material apreendido, anexado no final de 2015 ao inquérito que apura o envolvimento de executivos da OAS no esquema da Petrobrás, o registro de doação para o Instituto Lula - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - sem valores especificados. O controle de supostos pagamentos para o instituto está na mesma tabela de doações que eram lançadas na contabilidade interna em uma planilha denominada "Adição". Uma fórmula associada à conta em que aparece a referência ao instituto está sob análise.   São arquivos recuperados do computador de um executivo da OAS, Alexandre Portela. Nesses e-mails, foram encontrados documentos contendo várias planilhas. "Dentre as quais se destaca a planilha denominada ADIÇÕES. Referida planilha apresenta a data de dezembro de 2011", registra analise de material apreendido na OAS feito pela PF. Há ainda uma mesma planilha referente a 2014. A planilha "apresenta a conta 5220421 - Contribuições para partidos políticos no valor de R$ 500 mil". Os investigadores destacam que há uma "nota denominada NOTA-DOAÇÕES em que deve-se: Controlar essa conta para não ultrapassar o limite de 2% do Lucro Operacional, antes da dedução das DOAÇÕES". Com um lucro operacional de R$ 58,8 milhões, o valor de 2% é de R$ 1,17 milhão. A Lava Jato sabe que além de doações de campanhas e partidárias, consultorias e repasses a entidades foram usados para ocultar valores desviados de contratos da Petrobrás. O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - que chegou a ser preso em novembro de 2014 e depois solto em abril de 2015 - era o principal contato de políticos nessa suposta triangulação. Entre os contatos do empreiteiro, o ex-presidente Lula e o atual chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ambos negam relações ilícitas. O objetivo não é usar os documentos para chegar ao montante doado para as legendas e campanhas, mas sim entender a sistemática de ocultação interna dos valores de propina pagos por empreiteiras do cartel. Dois delatores auxiliam a Lava Jato a decifrar essa engenharia financeira da OAS, o doleiro Alberto Youssef - que afirmou cuidar do caixa 2 da empreiteira - e o advogado Roberto Trombeta - que confessou fornecer notas por falsos serviços para empresas. Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. A descoberta de como os valores da corrupção eram lançados nos orçamentos ajudará a apontar que os preços de contratos eram majorados, por conta do esquema, acredita a força-tarefa. O material auxiliará na responsabilização aos partidos, buscada pela força-tarefa neste ano. Declaração de doações. Analisando a caixa de mensagens do computador de Portela, a PF identificou o registro de algumas doações partidárias e eleitorais lançadas na declaração de imposto de renda da empresa. Na Declaração de Imposto de Rende Pessoa Jurídica de 2014 da Construtora OAS - um dos braços do Grupo OAS -, por exemplo há pelos menos 11 doações, a maior delas para o Diretório Nacional do PT no valor de R$ 7,07 milhões. O Diretório Regional de São Paulo recebeu outros R$ 500 mil, segundo o documento. O segundo maior partido a receber foi o PSDB. O Diretório Nacional tucano tem uma doação de R$ 3,78 milhões registrada nessa contabilidade. O Diretório Regional de São Paulo, do partido, outros R$ 1,24 milhão. O DEM, outro partido da oposição ao governo Dilma Rousseff, recebeu R$ 1,10 milhão, via Diretório Nacional, e outros R$ 200 mil, pelo Diretório de Porto Alegre (RS). O Diretório Nacional do PSB recebeu R$ 1,55 milhão. O PSD foi outro partido a receber duas doações de alto valor, R$ 1,2 milhão via Diretório Estadual de São Paulo e R4 400 mil via Diretório Nacional. Os valores não representam o total doado pela OAS em 2014. A empreiteira repassou o montante de R$ 82,8 milhões na disputa eleitoral. Foi a 3ª maior contribuinte das campanhas, atrás apenas do Grupo JBS e da Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato. O levantamento é do Estadão Dados. Do total de doações da OAS naquele ano, o PT foi quem mais recebeu (R$ 25,7 milhões), o PSDB foi o segundo (R$ 16,6 milhões), seguidos pelo PMDB (R$ 14,7 milhões). Campanha municipal. A PF também listou registros encontrados de doações para a campanha municipal de 2012, da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica 2012. O representante é o ex-presidente Léo Pinheiro. O responsável pelo preenchimento do documento é o executivo Gustavo Amorin de Almeida. A PF destaca que "na página 95 há dados sobre doações a Campinas Eleitorais para o PT Diretório Nacional, no valor de R$ 500 mil". O material foi recuperado do computador de Portela. O arquivo "IR pago no exterior/DIPJ DECLARAÇÃO COMPLETA (V1) - OASSA 2012" tem destacado pela PF que nas páginas 96 e 97 há registro de doações a campanhas eleitorais. Foram listados pagamentos para o Diretório Nacional do PT, R$ 1,75 milhão, para o Diretório Regional do PT em Belo Horizonte, R$ 500 mil, para o Diretório Regional de São Paulo do PT, R$ 250 mil, para o Comitê Financeiro Municipal Único do PT em Santo André, R$ 300 mil, e R$ 100 mil para o prefeito de Ubatuba (SP), Mauricio Moromizato (PT). As doações registradas nesse trecho foram também para a oposição. O PSDB recebeu uma doação no valor de R$ 1,55 milhão e outra de R$ 200 mil. Há ainda outros R$ 300 mil para o PSDB de Belo Horizonte. O Diretório Nacional do PMDB recebeu R$ 900 mil e o Comitê Financeiro Municipal Único do PMDB no Rio, R$ 200 mil. Há ainda uma doação de R$ 300 mil para a campanha de Gabriel Chalita, que foi candidato a prefeito de São Paulo pelo partido. Há registros ainda de R$ 200 mil para o PCdoB, outros R$ 200 mil para o Comitê Financeiro para Vereador do PCdoB em São Paulo e R$ 100 mil para o Diretório Nacional do PSD. A OAS não respondeu aos questionamentos. COM A PALAVRA, INSTITUTO LULA O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso. O ex-presidente, em outras ocasiões, negou qualquer irregularidade nos recebimentos do instituto. COM A PALABRA, PT Todas as doações recebidas pelo partido foram feitas estritamente dentro das normas legais e posteriormente declaradas à Justiça. COM A PALAVRA, PMDB O PMDB informa que "todas contribuições de campanha" são feitas "de forma voluntária". "Não há nenhuma relação com propina e não são feitos como contrapartida a qualquer ação ilegal. Todos recursos arrecadados foram obtidos de forma lícita, seguindo as orientações da Justiça Eleitoral." COM A PALAVRA, PSDB O PSDB, por meio de nota, disse que "apoia as investigações da Lava Jato desde o início". "(O partido) defende que o trabalho das instituições públicas brasileiras avance para os esclarecimentos necessários. Ao mesmo tempo, é importante não permitir que atos ocorridos dentro da lei possam ser confundidos com o pagamento de propinas no governo do PT." Segundo a legenda, as doações "estão todas elas identificadas na prestação de contas do partido junto à Justiça Eleitoral e seguiram as normas".
[caption id="attachment_32242" align="aligncenter" width="525"] O ex-presidente Lula, que mantinha relações diretas com o presidente da OAS Léo Pinheiro. / Foto: Dida Sampaio/Estadão[/caption] A Operação Lava Jato analisa registros de doações eleitorais e contribuições partidárias da OAS encontrados nas buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal nos endereços da empresa - uma das líderes do cartel que fatiava obras na Petrobrás e em outras áreas do governo, corrompendo políticos e agentes públicos. Há valores para o PT, PSDB, PMDB e outros partidos, declarados oficialmente à Receita Federal e lançados nos balancetes da companhia. Os investigadores da força-tarefa da Lava Jato tentam decifrar como a propina paga a políticos, partidos e agentes públicos era oculta na contabilidade da empreiteira e quem foram os beneficiados. A PF destacou em análise de material apreendido, anexado no final de 2015 ao inquérito que apura o envolvimento de executivos da OAS no esquema da Petrobrás, o registro de doação para o Instituto Lula - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - sem valores especificados. O controle de supostos pagamentos para o instituto está na mesma tabela de doações que eram lançadas na contabilidade interna em uma planilha denominada "Adição". Uma fórmula associada à conta em que aparece a referência ao instituto está sob análise.   São arquivos recuperados do computador de um executivo da OAS, Alexandre Portela. Nesses e-mails, foram encontrados documentos contendo várias planilhas. "Dentre as quais se destaca a planilha denominada ADIÇÕES. Referida planilha apresenta a data de dezembro de 2011", registra analise de material apreendido na OAS feito pela PF. Há ainda uma mesma planilha referente a 2014. A planilha "apresenta a conta 5220421 - Contribuições para partidos políticos no valor de R$ 500 mil". Os investigadores destacam que há uma "nota denominada NOTA-DOAÇÕES em que deve-se: Controlar essa conta para não ultrapassar o limite de 2% do Lucro Operacional, antes da dedução das DOAÇÕES". Com um lucro operacional de R$ 58,8 milhões, o valor de 2% é de R$ 1,17 milhão. A Lava Jato sabe que além de doações de campanhas e partidárias, consultorias e repasses a entidades foram usados para ocultar valores desviados de contratos da Petrobrás. O ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - que chegou a ser preso em novembro de 2014 e depois solto em abril de 2015 - era o principal contato de políticos nessa suposta triangulação. Entre os contatos do empreiteiro, o ex-presidente Lula e o atual chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Ambos negam relações ilícitas. O objetivo não é usar os documentos para chegar ao montante doado para as legendas e campanhas, mas sim entender a sistemática de ocultação interna dos valores de propina pagos por empreiteiras do cartel. Dois delatores auxiliam a Lava Jato a decifrar essa engenharia financeira da OAS, o doleiro Alberto Youssef - que afirmou cuidar do caixa 2 da empreiteira - e o advogado Roberto Trombeta - que confessou fornecer notas por falsos serviços para empresas. Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. A descoberta de como os valores da corrupção eram lançados nos orçamentos ajudará a apontar que os preços de contratos eram majorados, por conta do esquema, acredita a força-tarefa. O material auxiliará na responsabilização aos partidos, buscada pela força-tarefa neste ano. Declaração de doações. Analisando a caixa de mensagens do computador de Portela, a PF identificou o registro de algumas doações partidárias e eleitorais lançadas na declaração de imposto de renda da empresa. Na Declaração de Imposto de Rende Pessoa Jurídica de 2014 da Construtora OAS - um dos braços do Grupo OAS -, por exemplo há pelos menos 11 doações, a maior delas para o Diretório Nacional do PT no valor de R$ 7,07 milhões. O Diretório Regional de São Paulo recebeu outros R$ 500 mil, segundo o documento. O segundo maior partido a receber foi o PSDB. O Diretório Nacional tucano tem uma doação de R$ 3,78 milhões registrada nessa contabilidade. O Diretório Regional de São Paulo, do partido, outros R$ 1,24 milhão. O DEM, outro partido da oposição ao governo Dilma Rousseff, recebeu R$ 1,10 milhão, via Diretório Nacional, e outros R$ 200 mil, pelo Diretório de Porto Alegre (RS). O Diretório Nacional do PSB recebeu R$ 1,55 milhão. O PSD foi outro partido a receber duas doações de alto valor, R$ 1,2 milhão via Diretório Estadual de São Paulo e R4 400 mil via Diretório Nacional. Os valores não representam o total doado pela OAS em 2014. A empreiteira repassou o montante de R$ 82,8 milhões na disputa eleitoral. Foi a 3ª maior contribuinte das campanhas, atrás apenas do Grupo JBS e da Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato. O levantamento é do Estadão Dados. Do total de doações da OAS naquele ano, o PT foi quem mais recebeu (R$ 25,7 milhões), o PSDB foi o segundo (R$ 16,6 milhões), seguidos pelo PMDB (R$ 14,7 milhões). Campanha municipal. A PF também listou registros encontrados de doações para a campanha municipal de 2012, da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica 2012. O representante é o ex-presidente Léo Pinheiro. O responsável pelo preenchimento do documento é o executivo Gustavo Amorin de Almeida. A PF destaca que "na página 95 há dados sobre doações a Campinas Eleitorais para o PT Diretório Nacional, no valor de R$ 500 mil". O material foi recuperado do computador de Portela. O arquivo "IR pago no exterior/DIPJ DECLARAÇÃO COMPLETA (V1) - OASSA 2012" tem destacado pela PF que nas páginas 96 e 97 há registro de doações a campanhas eleitorais. Foram listados pagamentos para o Diretório Nacional do PT, R$ 1,75 milhão, para o Diretório Regional do PT em Belo Horizonte, R$ 500 mil, para o Diretório Regional de São Paulo do PT, R$ 250 mil, para o Comitê Financeiro Municipal Único do PT em Santo André, R$ 300 mil, e R$ 100 mil para o prefeito de Ubatuba (SP), Mauricio Moromizato (PT). As doações registradas nesse trecho foram também para a oposição. O PSDB recebeu uma doação no valor de R$ 1,55 milhão e outra de R$ 200 mil. Há ainda outros R$ 300 mil para o PSDB de Belo Horizonte. O Diretório Nacional do PMDB recebeu R$ 900 mil e o Comitê Financeiro Municipal Único do PMDB no Rio, R$ 200 mil. Há ainda uma doação de R$ 300 mil para a campanha de Gabriel Chalita, que foi candidato a prefeito de São Paulo pelo partido. Há registros ainda de R$ 200 mil para o PCdoB, outros R$ 200 mil para o Comitê Financeiro para Vereador do PCdoB em São Paulo e R$ 100 mil para o Diretório Nacional do PSD. A OAS não respondeu aos questionamentos. COM A PALAVRA, INSTITUTO LULA O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso. O ex-presidente, em outras ocasiões, negou qualquer irregularidade nos recebimentos do instituto. COM A PALABRA, PT Todas as doações recebidas pelo partido foram feitas estritamente dentro das normas legais e posteriormente declaradas à Justiça. COM A PALAVRA, PMDB O PMDB informa que "todas contribuições de campanha" são feitas "de forma voluntária". "Não há nenhuma relação com propina e não são feitos como contrapartida a qualquer ação ilegal. Todos recursos arrecadados foram obtidos de forma lícita, seguindo as orientações da Justiça Eleitoral." COM A PALAVRA, PSDB O PSDB, por meio de nota, disse que "apoia as investigações da Lava Jato desde o início". "(O partido) defende que o trabalho das instituições públicas brasileiras avance para os esclarecimentos necessários. Ao mesmo tempo, é importante não permitir que atos ocorridos dentro da lei possam ser confundidos com o pagamento de propinas no governo do PT." Segundo a legenda, as doações "estão todas elas identificadas na prestação de contas do partido junto à Justiça Eleitoral e seguiram as normas".

A OAS não respondeu aos questionamentos.

COM A PALAVRA, INSTITUTO LULA

Publicidade

O Instituto Lula, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o caso. O ex-presidente, em outras ocasiões, negou qualquer irregularidade nos recebimentos do instituto.

COM A PALABRA, PT

Todas as doações recebidas pelo partido foram feitas estritamente dentro das normas legais e posteriormente declaradas à Justiça.

COM A PALAVRA, PMDB

O PMDB informa que "todas contribuições de campanha" são feitas "de forma voluntária". "Não há nenhuma relação com propina e não são feitos como contrapartida a qualquer ação ilegal. Todos recursos arrecadados foram obtidos de forma lícita, seguindo as orientações da Justiça Eleitoral."

Publicidade

COM A PALAVRA, PSDB

O PSDB, por meio de nota, disse que "apoia as investigações da Lava Jato desde o início". "(O partido) defende que o trabalho das instituições públicas brasileiras avance para os esclarecimentos necessários. Ao mesmo tempo, é importante não permitir que atos ocorridos dentro da lei possam ser confundidos com o pagamento de propinas no governo do PT." Segundo a legenda, as doações "estão todas elas identificadas na prestação de contas do partido junto à Justiça Eleitoral e seguiram as normas".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.