A Operação Lava Jato identificou ligações do agente financeiro Lúcio Funaro, preso nesta sexta-feira, 1, com o senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS). Nas apreensões feitas no gabinete do petista, os investigadores encontraram documentos e anotações nos quais se lê o nome "Funaro" relacionado a valores.
Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), esses elementos indicam que as relações de Funaro não se limitam ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas se espraiam "para diversos integrantes da organização criminosa". As informações constam da decisão na qual o ministro Teori Zavascki fundamenta a prisão de Funaro.
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Num dos papeis, intitulado "Eleição-2012", consta a inscrição "R$ 500.000", seguida do nome "Lúcio Funaro". Na mesma lista, há nomes de outros investigados: João Vaccari, Ricardo Pessoa e Júlio (que seria Julio Camargo), além de Atilano (pessoa ligada à empresa lesa, investigada por desvios na Petrobrás) e Engevix (cujos executivos foram presos na Lava Jato).
Em outro documento, o nome de Funaro está associado a "R$ 100.000,00". "Como se nota, além da íntima relação com Eduardo Cunha, as recentes medidas revelaram que Funaro também possui relação (pelo menos) com Delcídio, preso recentemente por tentar embaraçar a investigação", sustenta a PGR.
COM A PALAVRA, DELCÍDIO AMARAL
Gostaria de registrar que conheço Lúcio Funaro desde a CPI dos Correios. Não conheço o teor do documento que supostamente foi apreendido no meu gabinete em Brasília. No meu entendimento trata-se de relação de doadores das campanhas municipais de 2012. No caso de Funaro acredito que se referem a doações oficiais de frigoríficos que atuam no meu Estado, com os quais ele sempre teve relação muito próxima.