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Lava Jato no Rio repudia 'afirmação leviana' atribuída a Gilmar sobre ameaça de estupro a Eike

Em nota pública, força-tarefa do Ministério Público Federal protesta contra ministro que, na sessão de terça-feira, declarou que procuradores intimidaram empresário alvo da Operação Eficiência, deflagrada em janeiro de 2017

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Por Luiz Vassallo e Julia Affonso
Atualização:

O empresário Eike Batista. FOTO: ANDRE DUSEK/ESTADAO Foto: Estadão

A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio protestou, por meio de nota pública nesta quarta-feira, 21, contra o que classificou de 'afirmação irresponsável e leviana' atribuída ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo. Na sessão de terça-feira, 20, da Corte, Gilmar disse que procuradores do Rio 'ameaçaram Eike Batista de ser estuprado na prisão', segundo revelou o site jurídico Migalhas.

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Eike foi preso em janeiro de 2017 na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato, por suspeita de pagar propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

"Os procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro repudiam com veemência a afirmação irresponsável e leviana que teria sido lançada em sessão de julgamento do STF", dizem os integrantes da força-tarefa na nota.

"O mínimo que se espera de um ministro da mais alta Corte do país é que profira seus votos com base em elementos de convicção seguros e de preferência produzidos nos autos do caso a ser julgado, não em insinuações ou aleivosias lançadas a partir de versões por 'ouvir dizer'."

Os procuradores da Lava Jato afirmam que 'sempre primaram pela dignidade de todas as pessoas conduzidas à prisão nas várias fases da operação no Rio, fiscalizando o cumprimento da lei e o respeito aos seus direitos, inclusive acompanhando pessoalmente as buscas e prisões'.

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Os procuradores destacaram que 'por duas vezes visitaram as custódias de Bangu e Benfica, numa delas acompanhados da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, entrevistando todos os presos sobre as suas condições no cárcere e o respeito às garantias que a lei lhes confere, incluindo o sr Eike Batista, que em nenhum momento relatou ter sido ameaçado por qualquer agente público'.

"As injustas palavras assacadas pelo ministro Gilmar Mendes estão absolutamente dissonantes da realidade e principalmente do zelo que os membros da Lava Jato no Rio têm buscado conferir na condução dos complexos trabalhos de repressão ao crime organizado e à corrupção que assolam o nosso Estado", afirmam os procuradores.

COM A PALAVRA, GILMAR

A reportagem fez contato com o ministro, que não se manifestou.

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