A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio protestou, por meio de nota pública nesta quarta-feira, 21, contra o que classificou de 'afirmação irresponsável e leviana' atribuída ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo. Na sessão de terça-feira, 20, da Corte, Gilmar disse que procuradores do Rio 'ameaçaram Eike Batista de ser estuprado na prisão', segundo revelou o site jurídico Migalhas.
Eike foi preso em janeiro de 2017 na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato, por suspeita de pagar propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
"Os procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro repudiam com veemência a afirmação irresponsável e leviana que teria sido lançada em sessão de julgamento do STF", dizem os integrantes da força-tarefa na nota.
"O mínimo que se espera de um ministro da mais alta Corte do país é que profira seus votos com base em elementos de convicção seguros e de preferência produzidos nos autos do caso a ser julgado, não em insinuações ou aleivosias lançadas a partir de versões por 'ouvir dizer'."
Os procuradores da Lava Jato afirmam que 'sempre primaram pela dignidade de todas as pessoas conduzidas à prisão nas várias fases da operação no Rio, fiscalizando o cumprimento da lei e o respeito aos seus direitos, inclusive acompanhando pessoalmente as buscas e prisões'.
Os procuradores destacaram que 'por duas vezes visitaram as custódias de Bangu e Benfica, numa delas acompanhados da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, entrevistando todos os presos sobre as suas condições no cárcere e o respeito às garantias que a lei lhes confere, incluindo o sr Eike Batista, que em nenhum momento relatou ter sido ameaçado por qualquer agente público'.
"As injustas palavras assacadas pelo ministro Gilmar Mendes estão absolutamente dissonantes da realidade e principalmente do zelo que os membros da Lava Jato no Rio têm buscado conferir na condução dos complexos trabalhos de repressão ao crime organizado e à corrupção que assolam o nosso Estado", afirmam os procuradores.
COM A PALAVRA, GILMAR
A reportagem fez contato com o ministro, que não se manifestou.