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Lava Jato investiga dono de jato que matou Eduardo Campos

PF vai ouvir João Carlos Lyra, que assumiu compra de aeronave que era usada por candidato à Presidência pelo PSB, como agiota apontado por Youssef em esquema de propina

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Por Redação
Atualização:

Por Ricardo Brandt, Beatriz Bulla, Julia Affonso e Fausto Macedo

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A Procuradoria-Geral da República determinou, em um dos inquéritos da Operação Lava Jato, que a Polícia Federal investigue as relações políticas e a suposta prática de agiotagem por parte de João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho - um dos três empresários de Pernambuco que compraram o jato Cessna, que em agosto de 2014 caiu e matou o candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB).

A PGR suspeita que João Carlos Lyra seja o dono da Câmara & Vasconcelos, uma das empresas que pagaram pela aeronave, vendida por R$ 1,7 milhão.

João Carlos Lyra, que passou a ser investigado pela Lava Jato / Reprodução Foto: Estadão

Desde o ano passado, a PF investigava se os três empresários de Pernambuco eram "laranjas" usados para ocultar a compra do jato - que foi testado por Campos, dias antes de sua aquisição.

O PSB e a família Campos negam irregularidades. No ano passado, Lyra divulgou nota afirmando que comprou o avião e locou para a campanha de Campos. Algumas empresas, entre elas a Câmara & Vasconcelos, teriam emprestado os valores da compra.

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Descoberta. O nome da empresa já havia aparecido na Lava Jato no final do ano passado, como beneficiária da lavanderia do doleiro Alberto Youssef. Foi identificado depósito de R$ 100 mil em janeiro de 2011. O que não se sabia era que João Carlos Lyra seria o dono da Câmara & Vasconcelos.

As suspeitas surgiram após Youssef afirmar, em delação premiada, em fevereiro, que o depósito para a Câmara & Vasconcelos referia-se a pagamento de dívida de campanha do senador Benedito de Lira (PP-AL), de 2010.

"Seria (a Câmara & Vasconcelos) uma empresa de Pernambuco. Eu sei que era para um agiota que ele (senador) estava devendo dinheiro que ele havia pego para terminar a campanha. Ele me falou que esse agiota era de Recife", contou Youssef.

Na petição em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou abertura de inquérito contra o senador e seu filho, o deputado Arthur de Lira (PP-AL), foi pedida a oitiva de Lyra e o aprofundamento das investigações sobre a Câmara & Vasconcelos. A PGR quer que o empresário "esclareça as transferências mencionadas e a relação com os parlamentares" e se a empresa era utilizada por ele "para atividades de agiotagem".

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O senador nega recebimento de propina e irregularidades na campanha. João Carlos Lyra não foi encontrado.

ASSISTA TRECHO DE DELAÇÃO DE YOUSSEF À PARTIR DOS 15 MIN

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