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Lava Jato identifica 'testa de ferro' de Eduardo Cunha

Procuradoria aponta que Sidney Roberto Szabo, ligado à Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), do Rio, atuava ‘efetuando, principalmente, pagamentos em espécie’ para a família

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Mateus Coutinho , Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Atualização:

Eduardo Cunha fez exames no IML, após ser preso na Lava Jato. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

Análise da quebra de sigilo de dados telemáticos da família do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) identificou, segundo a Operação Lava Jato, o 'testa de ferro' do ex-deputado. O Ministério Público Federal apontou para Sidney Roberto Szabo, ligado à Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), do Rio.

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A força-tarefa da Lava Jato examinou mensagens da publicitária Danielle Dytz da Cunha e da jornalista Cláudia Cruz, respectivamente filha e mulher do peemedebista.

"Foi possível verificar que a pessoa denominada Sidney Roberto Szabo atuava como "testa de ferro" de Eduardo Cunha e sua família, efetuando, principalmente, pagamentos em espécie", indica a análise da Procuradoria da República.

"Essa atuação é comprovada em diversos e-mails encaminhados a Sidney Szabo pelas nominadas (Danielle Dytz e Cláudia Cruz), como, por exemplo, o encaminhado em 21 de março de 2012, no qual Sidney pergunta ao contador Paulo Lamenza qual o valor de nota fiscal ''para se ter 40 liquido". Em outro e-mail, Cláudia Cruz encaminha para Sidney Szabo solicitação de transferência referente ao "carro da jesus"."

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 Foto: Estadão

Eduardo Cunha foi alvo de uma investigação pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM). A suspeita é de, através de indicações políticas, o deputado tenha se beneficiado de operações realizadas entre 2003 e 2006 pelo fundo de previdência ligado à Cedae, empresa de saneamento do Rio, com ganho ilícito de R$ 900 mil.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, em outro e-mail enviado pela filha do ex-deputado é solicitado 'o pagamento de R$ 79.940,00 aparentemente para pessoas que atuaram na campanha de Eduardo Cunha para presidência da Câmara dos Deputados'.

"Quanto a Sidney Szabo, o quadro probatório obtido com o afastamento do sigilo decretado nos presentes autos igualmente indica a prática de atos de lavagem de dinheiro e a utilização de mensagens eletrônicas para execução destes atos", observa a Procuradoria.

Sidney Szabo não foi localizado. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA,A DEFESA DE EDUARDO CUNHA

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A defesa não vai comentar.

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