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Lava Jato cria força-tarefa para investigar corrupção na Eletronuclear

Grupo será formado por três procuradores da República que terão, inicialmente, três meses para trabalhar; ex-presidente da estatal foi preso em 2015 por suspeita de propinas de R$ 4,5 milhões

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Por Julia Affonso , Mateus Coutinho e Ricardo Brandt
Atualização:

Obras de Angra 3. Foto: Eletronuclear

O Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou a criação de uma força-tarefa no Rio de Janeiro para investigar supostos crimes de corrupção, desvio de verbas e fraudes em licitações e contratos na Eletronuclear, estatal subsidiária da Eletrobras. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 7, após parecer favorável da Câmara de Combate à Corrupção do MPF, segundo informação divulgada no site da Procuradoria-Geral da República.

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A investigação é um desdobramento da Operação Lava Jato, que identificou supostas irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. O caso começou a ser investigado pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, sob tutela do juiz federal Sérgio Moro, mas foi remetido para o Rio por decisão do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2015.

A Lava Jato desvendou esquema de cartel e propinas na Petrobrás. O ministro relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, determinou o desmembramento dos processos por entender que não há relação entre os crimes cometidos na Eletronuclear e na Petrobrás.

Em 28 de julho de 2015, por ordem de Moro, a Polícia Federal prendeu o vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, durante a 16.ª fase da Lava Jato. A PF e os procuradores da República de Curitiba apontam irregularidades em contratos firmados entre várias empresas com a estatal. Othon é suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões em propinas por meio de contratos firmados entre a Eletronuclear e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez, entre 2009 e 2014.

A força-tarefa será composta pelo procurador da República Lauro Coelho Júnior, titular natural do caso, pelo procurador regional da República José Augusto Vagos e pelo procurador da República Eduardo El-Hage. O prazo inicial para o desenvolvimento das atividades é de três meses.

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A reportagem encaminhou e-mail para a Eletronuclear, mas ainda não obteve retorno.

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