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Jungmann manda investigar 'vazamento'; delegados dizem não 'admitir pressões'

Em nota, ministro da Justiça confirma que acatou ordem do presidente Michel Temer (MDB) para apurar divulgação de informações sobre o inquérito dos Portos; Associação dos Delegados Federais recomendou 'serenidade' ao emedebista

Por Carla Araújo/BRASÍLIA
Atualização:

 

BRASÍLIA - Depois de o presidente Michel Temer informar que solicitaria que o ministro da Segurança, Raul Jungmann, investigasse possíveis vazamentos em torno do inquérito dos portos, o ministro soltou nota há pouco confirmando que acatou a ordem.

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"Determinei ao Diretor Geral da Polícia Federal a imediata apuração do possível vazamento ocorrido no curso do inquérito policial que apura fatos relacionados à edição do Decreto no. 9.048, de 10 maio de 2017, que regula a exploração de portos organizados e de instalações portuárias", escreve Jungmann, que comanda a pasta a qual a Polícia Federal é subordinada.

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Reprodução Foto: Estadão

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Hoje de manhã, ao fazer um pronunciamento para rebater reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Temer disse que não deixaria impune os seus acusadores.

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"O ataque é de natureza moral, de pessoas que eu não sei se têm moral para fazê-lo, essa é a grande realidade. Se pensam que atacarão minha honra e da minha família e vão ficar impunes, não ficarão sem resposta, como essa que estou dando agora. Eu até solicitarei para que realmente as instituições possam funcionar regularmente, vou sugerir ao ministro Jungmann que apure internamente como se dão esses vazamentos irresponsáveis", afirmou Temer.

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Segundo a reportagem, a Polícia Federal suspeita que o presidente possa ter lavado dinheiro que supostamente recebeu como propina em reformas nas casas de familiares e em transações imobiliárias dissimuladas.

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Na nota divulgada há pouco pelo ministro, Jungmann afirmou que no estado democrático de direito "não é admissível comprometer o legítimo direito de defesa e a presunção de inocência de qualquer cidadão ou do Senhor Presidente da República". "A violação do sigilo profissional pelos responsáveis pela condução dessa ou de qualquer outra investigação é conduta passível de sanção administrativo-disciplinar, cível e penal. Além disso, depõe contra o reconhecido profissionalismo das instituições investigadoras", escreveu.

ADPF. Em reação às declarações de Temer, delegados de Polícia Federal recomendaram nesta sexta-feira, 27, 'serenidade' ao presidente.

Em nota, a principal entidade da classe - Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) - manifestou 'preocupação com a entrevista do presidente da República, Michel Temer, sobre as apurações de suposta prática de lavagem de dinheiro envolvendo a si e a seus amigos e familiares'.

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A entidade de classe afirma que 'a instituição não protege, nem persegue qualquer pessoa ou autoridade pública, apenas cumpre seu dever legal de investigar fatos e condutas tipificadas como crimes'.

"Vale destacar que, no caso concreto, vários documentos e peças das diligências estão disponíveis ao público no sistema de processo eletrônico do Supremo Tribunal Federal."

Os delegados da PF, por meio da Associação, ressaltam que 'é fundamental que as autoridades policiais tenham a tranquilidade necessária para realizar seu trabalho investigativo, com zelo, eficiência, dentro da mais absoluta legalidade, tendo sempre resguardada sua autonomia e respeitada sua independência funcional'.

A entidade dos delegados diz que 'defende a apuração de supostos vazamentos causados por qualquer das instituições que manuseiam os autos'. E que 'seguirá vigilante com o desenrolar dos acontecimentos e não admitirá pressões ou campanhas com a finalidade de desacreditar a atuação dos delegados de Polícia Federal na condução dessa ou de qualquer outra investigação."

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