PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Juíza vê 'frieza e total desprezo pela vida humana'

Ao decretar a prisão de ‘Maninho do PT’ e seu filho, Leandro Marinho, acusados de tentativa de homicídio contra o empresário Carlos Alberto Bettoni em frente ao Instituto Lula, a magistrada Débora Faitarone afirmou que acusados 'contaram com a impunidade, que não veio e não virá'

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Luiz Vassallo , Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

Ao decretar a prisão preventiva de Manoel Eduardo Marinho, o 'Maninho do PT', e seu filho, Leandro Eduardo Marinho, acusados de tentativa de homicídio contra o empresário Carlos Alberto Bettoni em frente ao Instituto Lula, a magistrada Débora Faitarone, da 1.ª Vara do Júri de São Paulo, disse ver 'frieza e total desprezo pela vida humana' por parte dos denunciados.

PUBLICIDADE

Eles são alvo de denúncia por tentativa de homicídio duplamente qualificado - 'por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima'.

A tentativa de homicídio ocorreu na noite de 5 de abril. Os acusados agrediram Bettoni que supostamente havia feito provocações aos petistas por causa da ordem de prisão do ex-presidente Lula naquele mesmo 5 de abril. Bettoni nega.

A juíza Débora ordenou a prisão preventiva de pai e filho sob o fundamento da garantia da ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal'.

Publicidade

Segundo a magistrada, 'Maninho' e seu filho 'contaram com a impunidade, que não veio e não virá'. "Eles não podem permanecer em liberdade após a prática de um crime doloso contra a vida, praticado de maneira tão covarde."

"As imagens demonstraram que a vítima, por diversas vezes, pediu para que os réus mantivessem a calma. Ela ergueu o braço, com a palma da mão aberta e implorou para que eles cessassem as agressões. Ela tentou fugir dos réus, mas infelizmente não conseguiu", afirmou.

No despacho, a juíza ainda avalia que a 'liberdade dos acusados geraria, na sociedade, uma enorme sensação de impunidade e a impunidade é um convite ao crime'.

"O Brasil é o país com o maior número de homicídios do mundo e isso exige responsabilidade social por parte do Poder Judiciário", escreveu.

A juíza afirma que, após empurrar o empresário contra o caminhão, 'mesmo com a vítima caída, com uma poça de sangue que escorria pela sua cabeça em via pública (ela parecia estar convulsionando), os réus afastaram-se do local, demonstrando frieza e total desprezo pela vida humana'.

Publicidade

"A vítima foi socorrida por populares, que gritaram por uma ambulância. Os gritos dos populares são de desespero. As imagens demonstraram, de maneira clara, toda a cena", narra.

PUBLICIDADE

Denúncia. Na quinta-feira, 10, o promotor Luiz Eduardo Levit Zilberman denunciou o ex-vereador e seu filho por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Segundo o promotor, o crime foi cometido por motivo torpe 'decorrente de intolerância diante da suposição de que a vítima estivesse no local a protestar contra o ex-presidente da República e seus apoiadores políticos' e com emprego de meio cruel. Zilberman pediu o arquivamento do caso em relação ao sindicalista Paulo Cayres, conhecido como 'Paulão', que chegou a ser indiciado pela Polícia Civil.

COM A PALAVRA, 'MANINHO'

A reportagem está tentando contato com a defesa de Manoel Eduardo Marinho e Leandro Eduardo Marinho. A reportagem também entrou em contato por meio do celular de 'Maninho'. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DO EMPRESÁRIO BETTONI

Publicidade

Na opinião dos advogados Daniel Bialski e João Batista Jr, que representam o empresário Carlos Alberto Bettoni, 'a prisão cautelar decretada, além de muito bem fundamentada, atende os anseios da sociedade e traz segurança para que testemunhas e vítima possam ter tranquilidade para depor em juízo e aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri'.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.