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Juiz quebra sigilo de Marquito e mais 45 em investigação sobre rachadinha na Câmara de São Paulo

Ex-vereador que se notabilizou por ser assistente de palco do programa do Ratinho e assessores são alvo da medida cautelar em investigação aberta em 2016, após servidores denunciarem ao Ministério Público esquema de desvio de salários no gabinete

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Por Redação
Atualização:
Marquito na Câmara. Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

O juiz do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) Fabio Pando de Matos decretou a quebra de sigilo bancário do ex-vereador e animador de TV Marco Antonio Ricciardelli, o Marquito (PTB), e mais 45 pessoas no âmbito de investigação sobre rachadinha em seu gabinete à época em que ocupou cadeira na Câmara Municipal de São Paulo.

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O parlamentar se notabilizou por ser o assistente de palco do 'Programa do Ratinho'. A decisão, tomada em novembro, acolhe pedido do Ministério Público do Eestado que investiga o caso desde 2016.

A quebra de sigilo contempla o período de 12 de janeiro de 2013 a 31 de março de 2016, e alcança funcionários do gabinete de Marquito, que era suplente, e também servidores do titular do cargo, Celso Jatene (PTB).

À época, Jatene se afastou para assumir a Secretaria municipal de Esportes na gestão Fernando Haddad (PT). Ele não é alvo da investigação da Procuradoria.

Câmara dos Vereadores de São Paulo - Palácio Anchieta - Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

O caso foi revelado pelo Estado em 2016. Além de quatro funcionários, um prestador de serviço de gabinete admitiu ter devolvido salários ao então parlamentar.

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 Foto: Estadão
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Um servidor afirmou que, de R$ 14 mil de vencimentos, ficava com apenas R$ 2,3 mil - neste caso, até a restituição de Imposto de Renda, contando o valor cheio do salário, teria sido desviada.

Já um terceirizado da área de TI afirmava emitir duas notas fiscais por mês, uma para seus serviços, e outra para que o então vereador as embolsasse.

Após as denúncias, um motorista chegou também a prestar depoimento e admitir que devolvia parte dos seus vencimentos.

Os valores teriam sido devolvidos a um chefe de gabinete informal do vereador, Edson Roberto Pressi. Ele não era nomeado, mas matinha uma sala dentro da Câmara.

Questionado pelo Estado à época, disse que não podia ser servidor por integrar uma 'congregação cristã'. O sigilo de Pressi e sua mulher foi quebrado.

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Também foram denunciados ao Ministério Público gastos do gabinete com um escritório de advocacia que, na verdade, seria comandado por Pressi. Em três anos, R$ 122 mil foram repassados.

A medida atinge inclusive prestadores de serviços que recebiam verba de gabinete.

Para o juiz, 'segundo os elementos já constantes da investigação, há fortes indicativos da ocorrência do crime de peculato, em que figuram como investigados Marco Antônio Ricciardelli e Edson Roberto Pressi'.

"Com efeito, há demonstração suficiente da materialidade delitiva e a medida afigura-se como imprescindível para as investigações - única providência capaz de contribuir eficazmente para o deslinde do fato -, pelo que o deferimento do pedido é medida que se impõe", anotou.

O pedido foi protocolado pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, que investiga o caso desde 2016.

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A reportagem busca contato. O espaço está aberto para manifestação (luiz.vassallo@estadao.com)

Correções

Ao contrário do que foi afirmado anteriormente, a mulher do ex-vereador não é alvo da quebra de sigilo.

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