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Jordaniano alvo da Operação Perfídia intermediava aquisições milionárias para estrangeiros, diz PF

Ismail Suleiman, preso em 2016 no Aeroporto de Brasília com passaporte falso, fazia a ponte com advogada

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Por Luiz Vassallo , Fabio Fabrini e Fabio Serapião
Atualização:
 

O jordaniano Ismail Suleiman, preso em flagrante no Aeroporto Internacional de Brasília, em 2016, pelo uso de passaporte falso, intermediava a aquisição de documentos falsos e de 'imóveis de grande valor' para estrangeiros no Brasil, segundo petição da Polícia Federal. As investigações dão conta de que ele fazia a ponte entre os interessados em documentos falsos e aquisição de fazendas e terrenos e a advogada Cláudia Chater, presa nesta quarta-feira,26, na Operação Perfídia.

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A Operação Perfídia descobriu a movimentação de cifras bilionárias por um grupo investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsificação de documentos, liderado por integrantes da família Chater. A advogada Cláudia Chater é apontada como organizadora da suposta organização criminosa. Ela é prima de Carlos Chater, doleiro e um dos alvos iniciais da Operação Lava Jato.

A Perfídia teve como ponto de partida a investigação sobre Ismail Suleiman Hamdan El Halalat, alvo de ação penal por tentar entrar no Brasil com passaporte falso. O jordaniano foi preso em flagrante em agosto de 2016 no procedimento migratório após o desembarque de voo da empresa Air France no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. Naquele mesmo avivião, segundo a Polícia Federal, ele estava acompanhado do primo de Cláudia Chater, Aziz Chater.

"Ismail Suleiman, promoveu contatos com a advogada Cláudia Chater, com a finalidade de alcançar a cidadania brasileira, bem como para atender interesses econômicos da família de Raad Merzah Hamzah Al Shammari, que intentava, àquela época, patrocinar investimentos imobiliários de grande porte no Brasil", relata a Polícia Federal em relatório.

A Polícia Federal identificou um depósito de US$ 24.970,00 na conta bancária da advogada Cláudia Chater, em julho de 2016, por Raad Merzah. A suspeita é de que ela tenha promovido a confecção dos documentos utilizados pelo estrangeiro para conseguir o passaporte brasileiro. Além do auxílio com as fraudes para entrar no país, Cláudia, por intermédio de Ismail, ofereceu um terreno 'à beira do lago Paranoá, em Brasília, e uma fazenda a 80 km da Capital. Os imóveis tinham valor de R$ 26 milhões.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO GRIMOALDO ROBERTO DE RESENDE

"São aberrações, ilações totalmente desagregadas de tudo o que for razoável. Por exemplo, Ismail (Suleiman) veio com eles, são na verdade dois iraquianos. Eles foram deportados e, segundo consta, eles não podem mais botar os pés no País. Desde então não teriam voltado. Não tem nenhuma ligação com Cláudia Chatter, que tem descendência libanesa. São incorreções."

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