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Joesley Batista acusa Temer de chefiar 'perigosa organização criminosa', diz revista

Empresário reafirmou tudo o que disse em acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-geral da República e deu detalhes de sua relação com o presidente e seu grupo político, o PMDB da Câmara

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Por Redação
Atualização:

Fotos: André Dusek e Paulo Giandalia / Estadão Foto: Estadão

O empresário Joesley Batista, proprietário do grupo J&F, dono da JBS, voltou a reafirmar suas acusações contra o presidente Michel Temer em entrevista à revista Época. Na conversa, o delator deu detalhes sobre o seu relacionamento com o presidente, como o conheceu e quem eram seus aliados e interlocutores junto à JBS. Sobre o grupo político do presidente, segundo Joesley integrado por Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Alves, Eliseu Padilha e Moreira Franco, o empresário disse que é "a maior e mais perigosa organização criminosa desse país."

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"O Temer é o chefe da Orcrim (organização criminosa) da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles", disse Joesley ao jornalista Diego Escosteguy.

Sobre a relação com o presidente, Joesley contou que conheceu o peemedebista por meio do ex-ministro Wagner Rossi entre 2009 e 2010. "Nunca foi uma relação de amizade. Sempre foi uma relação institucional, de um empresário que precisava resolver problemas e via nele a condição de resolver problemas. Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele - e fazer esquemas que renderiam propina. Toda vida tive total acesso a ele. Ele por vezes me ligava para conversar, me chamava, eu ia lá", explicou

O dono da JBS ainda comentou seus pagamentos para Eduardo Cunha e Lucio Funaro, este último operador financeiro do PMDB da Câmara, depois de os dois serem presos pela Polícia Federa: "Virei refém de dois presidiários", disse à Época. De acordo com o relato do empresário, cada um dos dois indicaram, antes mesmo de serem presos, as pessoas que seriam seus interlocutores. Cunha apontou seu funcionário chamado Altair e Funaro nomeu seu irmão, Dante, e depois sua irmã, Roberta.

Joesley contou que após a prisão de Cunha o ex-ministro Geddel Vieira Lima, alvo da operação Cui Bonno?, tornou-se o interlocutor entre ele e Temer. "O presidente sabia de tudo. Eu informava o presidente por meio do Geddel. E ele sabia que eu estava pagando o Lúcio e o Eduardo. Quando o Geddel caiu, deixei de ter interlocução com o Planalto por um tempo. Até por precaução", explicou.

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