PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Homem da mala vai para a Papuda

Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado e ex-assessor especial de Temer, foi preso neste sábado, 3, por suposto recebimento de propinas da JBS que seriam destinadas ao presidente e será transferido para o famoso complexo penitenciário de Brasília

Foto do author Beatriz Bulla
Por Fabio Serapião , Beatriz Bulla e de Brasília
Atualização:

Rodrigo Rocha Loures. Foto: Brizza Cavalcante / Agencia Camara

 

O homem da mala vai para a Papuda, o famoso complexo penitenciário de Brasília. Preso neste sábado, 3, Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado (PMDB/PR) e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, ocupa uma cela na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, para onde foi levado por volta de seis hs da manhã, quando os agentes o prenderam em casa por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

PUBLICIDADE

A transferência do homem da mala para a Papuda deverá ocorrer na segunda-feira, 5.

Loures foi flagrado em abril correndo por uma rua dos Jardins, em São Paulo, carregando uma mala estufada de propinas da JBS - 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil em dinheiro vivo.

Na semana passada ele devolveu a mala com R$ 465 mil. Os restantes R$ 35 mil ele depositou dias depois em uma conta judicial.

Ao pedir a prisão preventiva do homem da mala, o procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que Rocha Loures é 'homem de total confiança' do presidente Temer.

Publicidade

Segundo Janot, o ex-assessor é 'um verdadeiro longa manus de Temer' - definição para executor de crime ordenado pelo topo de uma organização criminosa.

Temer e Loures são alvo de um mesmo inquérito da Operação Patmos, desencadeada no dia 18 de maio. A base da investigação é a delação premiada de executivos da JBS, entre eles Joesley Batista.

Os delatores gravaram conversas com Loures e com Temer. Também gravaram reuniões com o senador Aécio Neves (PSDB/MG), que teria pedido propina de R$ 2 milhões à JBS. O tucano é alvo de outro inquérito, este sob relatoria do ministro Marco Aurélio Mello.

Ao decretar a prisão preventiva de Loures, o ministro Edson Fachin anotou que o hoem da mala 'teria encontrado lassidão em seus freios inibitórios e prosseguiria aprofundando métodos nefastos de autofinanciamento em troca de algo que não lhe pertence, que é o patrimônio público'.

Fachin considerou não haver brecha para impor ao homem da mala medidas alternativas à prisão, como o uso de tornozeleira eletrônica. "Tratando-se o deputado federal Rodrigo Santos da Rocha Loures de político com influência no cenário nacional, até pouco tempo assessor do presidente Michel Temer, pessoa de sua mais estrita confiança, como declarado em áudio captado por Joesley (Batista, da JBS), revelam-se insuficientes para a neutralização de suas ações medidas diversas da prisão. Não se deixa, sem embargo, de lamentar que se chegue a esse ponto."

Publicidade

Para Fachin, 'o teor dos indícios colhidos demostra efetivas providências (de Loures) voltadas ao embaraço das investigações, de modo que não é difícil deduzir que a liberdade do representado põe em risco, igualmente, a apuração completa dos fatos'.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.