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"Há mais dados a serem revelados", dizem peritos sobre sistemas da Odebrecht

Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais, Marcos Camargo, afirma que laudo da PF sobre sistemas do departamento de propinas da empreiteira 'parece ser 'uma espécie de "caixa de pandora"

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Por Fabio Serapião , Luiz Vassallo e Julia Affonso
Atualização:

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, afirmou, por meio de nota, nesta sexta-feira, 23, que a perícia da PF realizada sobre os sistemas do departamento de propinas da Odebrecht 'reflete recuperação parcial da base de dados' da empreiteira, 'permitindo saber que ainda há muito mais dados a serem revelados'.

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"Este parece ser um primeiro laudo de uma espécie de "caixa de pandora" que, por muito tempo, não ficou acessível à perícia criminal. Isso atrasou as descobertas, uma vez que há cerca de um ano o obrigatório encaminhamento à perícia oficial não vinha sendo feito", diz.

A Polícia Federal entregou às 14h46 desta sexta-feira, 23, a perícia sobre os sistemas de propina da Odebrecht. A análise havia sido determinada pelo juiz federal Sérgio Moro em ação penal sobre supostas propinas da empreiteira para o ex-presidente Lula.

Foram verificados 11 discos rígidos e dois pendrives. Ao juiz Moro, a PF afirmou que 'foram identificados 842 arquivos, de um total de 1.912.667 arquivos, correspondendo a 0,043%, que apresentam não conformidades'. A perícia achou 607 divergências nos discos 1 e 4, um total de 230 nos discos 5 a 9 e outras cinco nos discos 10, 11 e no pendrive 01.

Para o presidente da Associação, graças ao trabalho dos peritos da PF, foi possível 'identificar que a empresa destruiu provas após a prisão de Marcelo Odebrecht, em 2015, e que também omitiu algumas evidências'.

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"Mais do que prova pericial, o laudo entregue hoje amplia a construção do conhecimento científico forense e abre perspectivas inéditas para a afirmação da Justiça brasileira sobre bases sólidas e proficientes.", afirma Marcos Camargo.

 

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