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Grupo também fazia 'perseguição religiosa, racial e de gênero', diz procurador

Para Rafael Brum Miron, da Operação Hashtag, provas permitem enquadrar investigados por 'promover' ou 'integrar' organização terrorista

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:
Sede da Procuradoria da República no Paraná, em Curitiba. Foto: Mateus Coutinho/Estadão

A Hashtag, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 21, prendeu 10 brasileiros suspeitos de compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico, no País.

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"Entre as principais provas identificadas até o momento, há uma comunicação eletrônica na qual um dos integrantes do grupo conclama interessados a se organizarem para prestar apoio ao Estado Islâmico com treinamento já em território brasileiro. Foram também identificadas mensagens relacionadas a possibilidade de se aproveitar o momento dos Jogos Olímpicos para a realização de ato terrorista", aponta, em nota, a Procuradoria da República, no Paraná.

Os investigadores afirmam que alguns investigados já haviam feito o 'batismo' ao Estado Islâmico (bayat), 'juramento de fidelidade exigido pela organização terrorista para o acolhimento de novos membros'.

Segundo o Ministério Público Federal, 'tais atos, aliados a uma série de outros graves indícios, demonstraram a imprescindibilidade da prisão temporária decretada, tudo para garantir a segurança e paz pública necessárias à realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016'.

"Por meio de medidas como quebra de sigilo telefônico e de dados, devidamente autorizadas pelo Juízo da 14ª Vara Federal de Curitiba/PR, constatou-se a tentativa de organização do grupo para promoção de atos terroristas durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. O contato entre os indivíduos dava-se essencialmente por meio de redes sociais, Telegram e demais modos de comunicação virtual, espaço no qual também divulgavam ideais extremistas e de perseguição religiosa, racial e de gênero", sustenta a Procuradoria.

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A Hashtag investiga a integração/promoção, por cidadãos brasileiros, no Estado Islâmico. Foram expedidos 12 mandados de prisão temporária, com duração de 30 dias, prorrogáveis uma vez por igual período.

"A custódia dos presos em presídio federal efetivará a prevenção de atuação terrorista pelo grupo em questão durante o evento internacional sediado no País", informou o Ministério Público Federal.

A Procuradoria informou também que 'embora se tenha constatado indícios de atos preparatórios pelo grupo, não houve notícia de atos concretos para a realização de ataque terrorista'. O processo tramita em segredo de Justiça, segundo a Procuradoria, 'a fim de assegurar o êxito da operação e a eventual obtenção de novas provas'.

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