Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Gêmeas do PT são investigadas como emissárias de Dirceu

Marta Coerin e Maria Coerin, de Santo André, têm vínculos com partido e empresa de consultoria de ex-ministro; uma delas foi conduzida coercitivamente para depor e outra foi assessora de campanha de Dilma, em 2010

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Por Fausto Macedo, Julia Affonso e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba

PUBLICIDADE

Duas irmãs gêmeas ligadas ao PT e aos negócios do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - preso nesta segunda-feira, 3, na 17ª fase da Operação Lava Jato - são investigadas como elo da propina paga pelo lobista Milton Pascowitch.

Marta Coerin foi um dos alvos da Operação Pixuleco. Ela trabalha atualmente no PT, segundo registro oficial, e foi identificada como emissária de Dirceu e irmão de funcionária da JD Assessoria e Consultoria - do ex-ministro.

Sua irmã é Maria Coerin, que trabalhou em 2010 como "assessora de agenda" da então candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, segundo análise da PF. Ela também foi funcionária do PT e na JD.

 Foto: Estadão

Policiais federais levaram a investigada Marta coercitivamente, nesta segunda-feira, para prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal, em São Paulo.

Publicidade

Relatório da PF anexado aos pedidos de prisão de Dirceu e de condução de coercitiva de Marta mostram que sua irmã Maria Coerin, que também teve vínculos empregatícios com o PT e coma JD Assessoria trabalhou na equipe que cuidava da agenda de campanha de Dilma, em 2010.

 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

Os nomes das irmãs foram citados pela primeira vez, nos autos da Lava Jato, nas delações de Milton Pascowitch, lobista da empreiteira Engevix e outras empresas.

Emissária. Segundo ele, a Consist Software foi uma das que repassou, por seu intermédio, "subrepticiamente, valores para o Partido dos Trabalhadores através de João Vaccari Neto" no esquema liderado por Dirceu e pelo lobista Fernando Moura.

Foram R$ 15 milhões, por meio de contratos de consultoria simulados entre a Jamp Engenheiros Associados, que pertencia a ele, para pagamentos de propina.

"Os repasses, de cerca de R$ 12 milhões, teriam sido feitos em espécie. Parte dos valores teria sido recebida por emissária de nome Marta Coerin", informa o Ministério Público Federal.

Publicidade

"Marta foi indicada como pessoa emissária de (Renato) Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobrás) responsável por recolher dinheiro em espécie com Milton", informou a PF. "Pesa sobre ela o fato de estar envolvida também com a prática de artifícios para iludir as autoridades públicas em relação a pagamentos de propina."

"Em uma ocasião (Pascowitch) recebeu uma portadora no Rio de Janeiro, enviada por João Vaccari, de nome Marta, que foi até a residência do declarante no Rio de Janeiro e lá recebeu R$ 300 mil", registra o MPF.

 Foto: Estadão

"Marta tem como particularidade ser irmã gêmea de uma outra pessoa conhecida do declarante (Maria), uma vez que trabalhava na JD Consultoria, empresa de José Dirceu, como auxiliar administrativa."

Assessora de agenda. Sua irmã gêmea é Maria Coerin, que atuou na campanha de Dilma Dilma Roussef em 2010, quando foi eleita sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva, aponta a PF.

Maria "foi beneficiária de 41 transferências bancárias realizadas pela JD Assessoria, no período de 20 de julho de 2011 a 7 de fevereiro de 2013, totalizando R$ 163.874,11", informa documento da Lava Jato. Ela trabalhou na JD neste período. Antes disso, entre 19 de julho de 2006 e 30 de junho de 2011 foi funcionária do PT.

Publicidade

 Foto: Estadão
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.