O ex-ministro Geddel Vieira Lima divide uma cela com nove detentos na área de 'vulneráveis' do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. O aliado de Temer foi transferido na tarde desta terça-feira, 4, da Superintendência da Polícia Federal para a Papuda. Geddel foi preso nesta segunda-feira, 4, sob acusação de tentar obstruir a Operação Lava Jato.
Depois de ter o cabelo aparado, Geddel seguiu para uma cela na ala A do Centro de Detenção Provisória (CDP). O setor onde a cela ocupada pelo peemedebista está localizada é reservado para detentos com algum tipo de vulnerabilidade. São idosos, ex-policiais, políticos e pessoas ameaçadas.
Mesmo vulnerável, o ex-ministro terá que tomar banho gelado, único disponível em sua ala, e poderá tomar banho de sol por duas horas ao dia.
O algoz de Geddel, o corretor Lucio Bolonha Funaro, responsável pelo depoimento que o colocou na Papuda, também está no local, mas em ala diferente, a B. Portanto, mesmo nos banhos de sol, os dois não poderão se encontrar.
Geddel está preso preventivamente, sem prazo para soltura.
Para o Ministério Público Federal, Geddel tem agido para atrapalhar as investigações. O objetivo do ex-ministro seria evitar que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o próprio Lúcio Funaro firmem acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.
Para isso, segundo os investigadores, tem atuado no sentido de assegurar que ambos recebam vantagens indevidas, além de 'monitorar' o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo.