O deputado Luís Miranda (DEM-DF) prestará depoimento à Polícia Federal na próxima terça-feira, 20, às 15 horas, no âmbito do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime de prevaricação por não ter comunicado aos órgãos de investigação indícios de corrupção nas negociações para compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. A informação foi confirmada pelo deputado.
A investigação tem como base as denúncias feitas pelo deputado e seu irmão, o servidor público Luís Ricardo Fernandes Miranda. Eles afirmam que o presidente ignorou alertas a respeito de suspeitas de corrupção no processo de aquisição do imunizante fabricado pelo laboratório Bharat Biotech.
O gabinete do deputado não recebeu a intimação da PF, sob o argumento de que ele não se encontrava. "A intimação é para mim e não para os servidores do gabinete. Estou em São Paulo, mas, assim que tomei conhecimento, liguei para o delegado e agendamos", disse Miranda.
No dia 24 de junho, quase três meses depois de ter sido informado por Miranda sobre as possíveis irregularidades no processo de aquisição da vacina, o presidente ainda não havia acionado a PF para investigar o caso, conforme apurou o Estadão. O inquérito para investigar as denúncias apresentadas por Luis Miranda a Bolsonaro só foi instaurado no dia 30 de junho por ordem do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.