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Fernando Baiano, delator de Eduardo Cunha, deixa a cadeia

Preso na Lava Jato desde novembro de 2014, Fernando Baiano vai cumprir um ano de prisão em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica

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Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Fernando Baino é um dos delatores da Lava Jato. Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press

O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, deixou o Complexo Médico-Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, por volta das 13h30 desta quarta-feira, 18. O delator do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, vai passar um ano em regime de prisão domiciliar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. Ele estava preso desde novembro de 2014.

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Apontado como operador de propinas do PMDB no esquema de corrupção que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014, Baiano fez delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal em setembro. Por sua revelações, Baiano vai para casa.

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Em seus depoimentos, Fernando Baiano revelou encontros na casa de Eduardo Cunha para cobrar propina atrasada. Ele citou Cunha como beneficiário de valores ilícitos do esquema de propinas da Petrobrás.

O lobista e operador de propinas foi preso em dezembro de 2014. O juiz federal Sérgio Moro, que mandou prende-lo, o condenou a 16 anos, um mês e dez dias de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, o operador teria intermediado propina de US$ 15 milhões sobre contratos de navios-sonda. Os valores teriam sido repassados à diretoria da Área Internacional da Petrobrás, ocupada na época por Nestor Cerveró - também preso e condenado na Lava Jato.

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Em sua delação, Fernando Baiano afirmou à Polícia Federal que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu 'repasses' por meio do também lobista Jorge Luz.

Durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, o operador do PMDB afirmou que os valores destinados a Renan tiveram origem em contratos da Diretoria Internacional da Petrobrás.

Na acareação, Fernando Baiano citou Jader Barbalho (PMDB/PA), o senador do PT, Delcídio Amaral (MS), líder do Governo Dilma Rousseff no Senado, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (2005-2007/Governo Lula). "Na questão das sondas Nestor Cerveró lhe disse que teria havido uma reunião com o ministro Silas Rondeau, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Delcídio Amaral e que o ministro necessitava que um auxilio fosse dado ao PMDB e que a partir daquela data o PMDB passaria apoiar Nestor Cerveró junto a Diretoria Internacional."

Renan, Delcídio, Jader e Rondeau negam taxativamente o recebimento de valores ilícitos.

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