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Executivo da OAS relata 'preocupação em não expor ex-presidente à vizinhança' do triplex

Fábio Yonamine declarou em audiência na Justiça Federal em Curitiba que Lula visitou o imóvel no Guarujá em 2014 em cujas obras de reforma, segundo seus cálculos, a empreiteira investiu R$ 1,5 milhão

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Por Ricardo Brandt , Luiz Vassallo , Julia Affonso e enviado especial a Curitiba
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O ex-presidente da OAS Empreendimentos, Fábio Hori Yonamine, confirmou ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, ter participado de reunião com o então presidente da construtora, Léo Pinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama Marisa Letícia para 'apresentar' o triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá. A organização do encontro teria sido um pedido pessoal de Léo Pinheiro ao executivo.

Yonamine é réu em ação penal que investiga se Lula teria recebido propinas de R$ 3,7 milhões da OAS - parte teria sido repassada ao petista por meio de investimentos no imóvel. O empreendimento foi assumido pela OAS, em acordo com cooperados da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo).

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O executivo relatou ter organizado, com Léo Pinheiro, a visita de Lula ao triplex, em 2014. O encontro teria sido conduzido por Léo Pinheiro e, segundo Yonamine, foi 'uma apresentação do apartamento'.

Na ocasião, não houve pedidos do petista, mas algumas 'preocupações' foram externadas a respeito do imóvel, afirmou o executivo.

"Que eu tenho lembrança, uma escada que era muito estreita e uma preocupação da exposição do ex-presidente em relação a ter apartamento. Da exposição da vizinhança e tudo mais", relatou.

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A reforma custou R$ 1,5 milhão, segundo os cálculos do executivo da OAS, e o projeto final previa um novo quarto, um elevador, uma reforma nas escadas, a mobília e os equipamentos da cozinha.

"Essa foi uma reforma totalmente atípica - pedido atípico e único que doutor Léo [presidente da OAS] fez. Ele não deu explicação, fez um pedido", lembrou.

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