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Ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo tira tornozeleira e passa para regime aberto

Empresário foi preso em junho de 2015, na Operação Erga Omnes, pegou 18 anos de condenação, mas fechou acordo de delação premiada com a Lava Jato

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Por Julia Affonso
Atualização:

Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez. Foto: Marcos de Paula/Estadão

O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo passou a cumprir regime aberto diferenciado e tirou a tornozeleira eletrônica na Operação Lava Jato. A medida foi determinada pelo juiz Danilo Pereira Júnior, da 12.ª Vara Federal, de Curitiba, em 3 de dezembro.

Pela decisão, a tornozeleira foi devolvida à Justiça com todos os acessórios.

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Otávio Marques de Azevedo foi preso em 19 de junho de 2015 na Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato. Naquele dia também foi preso o empreiteiro Marcelo Odebrecht, que ainda está atrás das grades, mas deve deixar a cadeia no dia 19 de dezembro.

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Para se livrar do regime fechado em que se encontrava em Curitiba, base da Lava Jato, Otávio Marques de Azevedo fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal. Em fevereiro de 2016, o juiz federal Sérgio Moro autorizou que Otávio Marques de Azevedo passasse a cumprir prisão domiciliar.

Na Lava Jato, em Curitiba, o juiz Moro condenou o empreiteiro a 18 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Como delator, o executivo cumpre a pena acertada em seu acordo de colaboração premiada.

Foi estabelecido que a pena em regime fechado imposta a Otávio Marques de Azevedo ficaria restrita ao período em que o empreiteiro ficou preso. O restante se dividiria em um ano de regime fechado domiciliar diferenciado com monitoramento eletrônico, dez meses de regime semiaberto domiciliar diferenciado e dois anos de regime aberto domiciliar diferenciado, cumulativamente com prestação de serviços à comunidade, à razão de vinte horas mensais. Os serviços serão definidos pela Justiça.

Durante o cumprimento do semiaberto, Otávio Marques de Azevedo foi autorizado a participar do batizado da neta. Pelo benefício, o empreiteiro teve de ficar um dia a mais no regime semiaberto com recolhimento domiciliar noturno durante a semana e integral aos finais de semana e feriados, fiscalizado por tornozeleira eletrônica.

O semiaberto de Otávio terminaria em 1º de dezembro deste ano. Por causa do batizado da neta, o regime se encerrou no dia seguinte.

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"Otávio apresentou-se sempre colaborativo, cumprindo regularmente as condições impostas fixadas no acordo e atendendo a todas as solicitações das autoridades, o que denota bom comportamento ao longo da execução, conforme destacado pelo Ministério Público Federal", anotou o juiz Danilo Pereira Júnior.

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Segundo o magistrado, Otávio tem trabalhado com consultoria de maneira autônoma. O juiz destacou também que 'não foram registradas violações' durante o cumprimento da pena.

"Defiro a progressão para o regime aberto diferenciado a partir do dia 3 de dezembro de 2017", ordenou o magistrado.

Agora, no regime aberto diferenciado, o empresário se obriga a três medidas impostas pela Justiça - comunicação antecipada ao juízo de viagens internacionais para tratamento de saúde, exercício de atividades profissionais ou outro por motivo relevante, apresentação de relatórios trimestrais de atividades profissionais e viagens realizadas em território nacional e prestação de serviços à comunidade de 20 horas mensais.

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