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Ex-ministro Paulo Bernardo ficou com 1/3 da propina da Consist, diz delator

Ex-vereador do PT Alexandre Romano detalhou aos investigadores da Lava Jato como era feita a partilha da corrupção no Ministério do Planejamento e implica advogado das campanhas da senadora Gleisi Hoffmann no Paraná; revelações serviram de base para Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta, 23

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Por Mateus Coutinho , Julia Affonso , Fausto Macedo e Fabio Serapião
Atualização:
 Foto: Estadão

Em seu acordo de delação premiada, o ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho, detalhou aos investigadores da Operação Lava Jato como se dava a divisão da propina oriunda do contrato da Consist Software com entidades ligadas ao Ministério do Planejamento, que resultou na prisão nesta quinta-feira, 23, do ex-ministro Paulo Bernardo - governos Lula e Dilma Rousseff. Segundo o delator, após a contratação da empresa por entidades conveniadas com o governo federal ficou acordado que 1/3 dos valores seria destinado a Bernardo, que é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR),via o escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves. Ambos são alvos da Operação Custo Brasil, deflagrada hoje.

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A investigações apontam que após a assinatura do contrato entre o Ministério, o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC), as entidades contrataram a Consist Software Ltda com o objetivo de criar o sistema de gestão dos empréstimos consignados.

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Dos valores recebidos pela Consist, aponta a PF, R$ 5 milhões tiveram como destinatário o escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck cujo titular foi advogado eleitoral da senadora Gleisi Hoffman, que teve prisão preventiva decretada na Custo Brasil. Gonçalves também recebeu via seu escritório outros R$ 1,2 milhão da SWR, outra empresa da Consist.

Ainda segundo o delator, os outros 2/3 eram divididos entre ele e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na proporção de 50% para cada um, sendo a parte de Vaccari recebida por meio de pessoas jurídicas. "Num primeiro momento era CRLS, representada pelo Cortegoso, que realizava os pagamentos emitindo notas contra a Consist. Num segundo momento, era a empresa Politec, representada pelo Helio Oliveira, que realizava o pagamento. E, por fim, num terceiro momento era a Jamp (Engenheiros Associados), representada pelo Milton Pascowitch."

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A Jamp foi uma das empresas usadas pelo operador de propinas Milton Pascowitch para pagar o ex-ministro José Dirceu - preso e condenado pela Lava Jato, em Curitiba.

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