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'Estou em casa, podem vir me prender', diz Luiz Estevão

Ex-senador afirma que, se a Polícia Federal não aparecer logo cedo nesta terça-feira, 8, ele se apresentará

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Por Fausto Macedo
Atualização:

Luiz Estevão. Foto: Ernesto Rodrigues/AE

O ex-senador Luiz Estevão, condenado a 31 anos de prisão por desvio de verbas nas obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, disse que se a Polícia Federal não bater à porta de sua casa, em Brasília, nesta terça-feira, 8, para prende-lo, irá se apresentar. "Estou em casa, se não vierem me prender, eu me entrego."

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Estevão disse que 'é zero, zero' a possibilidade de tentar fugir. "Não existe a menor possibilidade (de não se apresentar)", afirmou.

Nesta segunda, 7, o juiz federal Alessandro Diaferia, da 1.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, decretou a prisão do ex-senador.

A medida foi tomada com base no novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza execução de pena de quem já tem condenação em segundo grau judicial - em 2006, Estevão foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) por peculato, estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso.

Nesses dez anos desde a condenação imposta pelo TRF3, a defesa de Luiz Estevão entrou com 34 recursos, esquivando-se do dia D.

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Agora não dá mais, ele próprio reconhece.

Estadão: A Justiça Federal mandou prender o sr. Que medida pretende tomar?

Ex-senador Luiz Estevão: Estou em casa (em Brasília) se a Polícia Federal não vier me prender eu me apresento até o fim da manhã (terça, 8).

Estadão: A decisão o surpreendeu?

Luiz Estevão: Sei dizer que desde 19 de fevereiro, quando o subprocurador da República (Edson Oliveira de Almeida) entrou no Supremo com pedido da minha prisão imediata eu já me preparei, evidentemente, para essa situação que deixou de ser uma possibilidade. Deixou de ser uma surpresa para mim e tornou-se uma possibilidade concreta.

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Estadão: O sr. está preparado para cumprir a pena?

Luiz Estevão: Já arrumei minhas coisas, as roupas estão na mala do meu carro. Já me preparei para a forte possibilidade de que isso fosse ocorrer. E hoje (segunda, 7) aconteceu.

Estadão: Qual a sua expectativa?

Luiz Estevão: Há duas possibilidades. Uma delas é a Polícia Federal me prender logo de manhã. Estou aqui na minha casa em Brasília. Se não vierem me prender eu vou me apresentar. Até o final da manhã me apresento às autoridades.

Estadão: Passa pela sua estratégia tentar um novo recurso?

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Luiz Estevão: Essa parte fica com meus advogados. Não vou, de forma alguma, dificultar o início do cumprimento da ordem judicial. É o que deve ser feito, é o que deve ser feito.

Estadão: Para onde o sr. vai?

Luiz Estevão: Prá Papuda. Tínhamos requerido (ir para o Complexo Penitenciário da Papuda) caso a prisão fosse efetivamente decretada, tínhamos requerido que eu pudesse ter esse direito, iniciar o cumprimento da minha pena aqui em Brasília, onde moro, onde tenho minha família e onde tenho os meus negócios (é dono do Grupo OK).

Estadão: Alguma possibilidade de o sr. evitar a prisão?

Luiz Estevão: Nenhuma. Zero, zero. Se a Polícia Federal não estiver (nesta terça, 8) logo cedo aqui na minha casa eu irei me apresentar. Não tem sentido agir de outra forma. É uma ordem judicial para ser cumprida. Um cenário como esse a chance de algum recurso inexiste. É um longo processo.

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Estadão: Já comunicou sua família?

Luiz Estevão: Comuniquei a todos os meus filhos e à minha mulher. Estão todos a par. Há duas semanas ando com as roupas na mala do meu carro. Minha família já estava plenamente prevenida de que eu poderia não voltar para casa ao final do dia. Não adianta pintar a coisa diferente do que ela é, sob pena de não preparar sua família e ela passar por mais um enorme sofrimento.

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