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'Estamos bastante perto da real decisão de corrupção no País', diz procurador

Carlos Fernando Lima, da força-tarefa da Lava Jato, diz que fatiamento das apurações, decretada pelo STF, não impede chegada a núcleo efetivo do esquema generalizado

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

Procurador Carlos Lima. Foto: Gisele Pimenta/Frame

A Operação Corrosão, deflagrada nesta segunda-feira, 16, contra o esquema de corrupção na compra da Refinaria de Pasadena, é o primeiro resultado prático pós decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu destituir da Justiça Federal, em Curitiba, demais investigações que seriam conexas ao esquema alvo da Operação Lava Jato.

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"Creio que nós temos bastante indicativo que, até mesmo pela prisão do Dirceu (José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil/Governo Lula), que já estamos bastante perto da real decisão de corrupção no país", afirmou o procurador regional da República Carlos Fernando Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato.

"Nós entendemos que podemos aprofundar tanto a Petrobrás que os reais responsáveis pela corrupção geral serão revelados mesmo que a Petrobras se limite ao nosso campo de atuação."

O Supremo Tribunal Federal já tirou das mãos do juiz federal Sérgio Moro duas etapas cruciais da Lava Jato.

A primeira foi a investigação sobre a empresa Consist, supostamente envolvida em pagamentos ilícitos no âmbito de empréstimos consignados - episódio em que é citada a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR).

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A outra é relativa a propinas nas obras de Angra3, que levou para a prisão, em julho, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear.

Para o procurador Carlos Lima, as decisões do STF de retirar de Curitiba apurações que envolviam a atuação do cartel que fatiava obras na Petrobrás na Eletronuclear, nas obras da Usina Nuclear de Angra 3, e de contratos no Ministério do Planejamento, impuseram mudança de rota nas investigações.

Os procuradores têm elementos suficientes, porém, para apontar a existência de um mesmo esquema de compra de apoio políticos por uma sistematização de corrupção.

"Vamos aprofundar as investigações verticalmente até atingir o núcleo efetivo de toda a corrupção na Petrobras e, tenho certeza, é o mesmo dos outros órgãos públicos", disse o procurador.

Nessa nova fase da Operação Lava Jato, os investigadores assumiram as investigações que eram tocadas no Rio e começam a produzir os primeiros resultados ostensivos. Os documentos arrecadados nesta segunda-feira, devem desnudar o mais ruidoso episódio dos escândalos de corrupção na Petrobrás, a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

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