PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Esquema em fundos de pensão somaram R$ 20 milhões em propinas

Operação Rizoma foi deflagrada a partir da delação do doleiro Alessandro Laber

Por Roberta Pennafort/RIO
Atualização:

O esquema de desvio de verbas de fundos de pensão desbaratado pela Polícia Federal, e que motivou a Operação Rizoma, nova fase da Lava Jato no Rio, desencadeada nesta quinta-feira, 12, contou com lobistas do PT e do MDB e gerou pelo menos R$ 20 milhões em propinas. Investiga-se o envolvimento de membros dos fundos dos Correios (Postalis) e Serviço Federal de Processamento de dados (Serpros). As informações são de integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Estado.

PUBLICIDADE

+ Operação da PF investiga fraudes em fundos de pensão Postalis e Serpros

O cabeça era o empresário Arthur Machado, CEO da Americas Trading Group, e a prática, que vigora ao menos desde 2011, segundo o Ministério Público Federal, foi descoberta em colaboração premiada espontânea. Os investigadores descobriram que o dinheiro gerado pelas práticas criminosas do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) - preso em 2016 - movimentou também este esquema. Os doleiros utilizados pelos dois grupos coincidem. Não há indício de que Cabral tenha sido beneficiado desta vez.

+ Rizoma mira suposto operador de Renan Calheiros

O dinheiro foi lavado não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na China. Nesta manhã, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Outras quatro pessoas deverão se entregar - a PF está em contato com seus advogados. Os crimes investigados são corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, inclusive fora do País, e crime contra o sistema financeiro nacional.

Publicidade

+ Braço-direito de Dirceu na Casa Civil e lobista do MDB são alvos da Lava Jato

Segundo o procurador da República Eduardo El Hage, coordenador da Lava Jato no Rio, o esquema causou prejuízos não só aos pensionistas dos fundos, mas também à economia brasileira. "Seria muito saudável para a economia brasileira se os critérios dos investimentos dos fundos de pensão fossem técnicos", afirmou. "Mas o que ocorreu no Brasil por muito tempo foi que partidos políticos indicaram pessoas para os fundos, e esses fundos escolhiam empresa com rating muito baixos, faziam aportes volumosos e depois havia cobrança de propina."

COM A PALAVRA, ARTHUR PINHEIRO MACHADO

A defesa de Arthur Pinheiro Machado e de Patricia Iriarte refuta, de forma veemente, qualquer relação entre os empresários e atos ilícitos. Informa que ambos sempre agiram no mais absoluto respeito à legislação e que não compactuam com práticas ilegais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.