Por Fausto Macedo e Ricardo Brandt
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou nesta terça feira, 18, que a empresa Setal Óleo e Gás (SOG) e seus executivos estão negociando acordo de leniência com o órgão antitruste do governo federal no âmbito do procedimento aberto para investigar o cartel das grandes empreiteiras na Petrobrás.
O Cade deu início ao procedimento com base nas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que identificou o conluio das maiores construtoras do País a partir das delações premiadas feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal petrolífera e pelo doleiro Alberto Youssef, ambos presos por suspeita de comandarem esquema de propinas e corrupção na Petrobrás.
Em nota, a Superintendência-Geral do Cade confirmou "com autorização dos proponentes (Setal e seus executivos) a existência de negociação de acordo de leniência com a Setal Óleo e Gás".
Veja também
Presidente da Mendes Jr. diz ter sido extorquido por Costa e Youssef
Executivo diz que empreiteira fazia doações a PP, PMDB, PT e 'mais alguns'
A Setal faz parte do grupo Toyo. Dois executivos que agiam em nome da Toyo, Júlio Camargo e Augusto Mendonça, já fizeram delação premiada junto ao Ministério Público Federal e revelaram como funcionava o esquema de propinas e corrupção na estatal petrolífera. Os relatos de Augusto Mendonça e Julio Camargo deram base à Operação Juízo FinaL, sétima fase da Lava Jato, desencadeada sexta feira, 14.
A superintendência-geral do Cade informou que teve acesso, via compartilhamento, "às evidências e documentos de investigação relacionados à prática de cartel denunciada e está mantendo constante interação com a força-tarefa da Operação Lava Jato para ter ciência e obter tais elementos, de forma a conduzir sua investigação no âmbito administrativo".
O Cade observou que o acordo da Setal Óleo e Gás "é relacionado exclusivamente à prática ilícita de cartel para a qual a autarquia possui competência de apuração". O inquérito do Cade é protegido pelo sigilo.