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Empreiteiras do cartel da Petrobrás são as maiores doadoras do Instituto Lula

Leia o documento da Receita Federal, anexado a primeiro processo por corrupção e lavagem de dinheiro aberto contra ex-presidente na Lava Jato, em Curitiba, sobre os R$ 35 milhões recebidos por entidade; força-tarefa investiga valores

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Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:
 

Cinco empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobrás encabeçam a lista dos dez maiores doadores do Instituto Lula, entre 2011 e 2014. É o que mostra documento da Receita Federal anexado na denúncia criminal que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, 20, para o banco dos réus, em Curitiba - sede das investigações da Operação Lava Jato.

Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiróz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez doaram ao Instituto Lula R$ 17,96 milhões nos quatro anos, registra a Informação de Pesquisa e Investigação (IPEI) da Receita Federal. Os valores integram a lista destacada com os "dez doadores mais expressivos", que juntos repassaram R$ 26,4 milhões.

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Entre esse grupo, estão ainda a J&F Investimentos, que repassou R$ 2,5 milhões - a empresa é alvo da Operação Greenfield, deflagrada no início do mês.

Ao todo, a entidade que tem Lula como figura máxima, obteve R$ 34,94 milhões em contribuições e doações, de 2011 a 2014. O documento anexado na primeira denúncia contra o petista feita pela força-tarefa da Lava Jato, na quarta-feira, 14, imputando crimes de corrupção e lavagem na Petrobrás.

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A análise foi produzida pela equipe da Receita em dezembro de 2015 e instrui inquérito criminal ainda em aberto sobre suposta ocultação de propinas da Petrobrás em doações ao Instituto Lula e pagamentos de palestras do ex-presidente, via LILS Palestras, Eventos e Publicações - aberta pelo petista em 2011, após deixar a Presidência.

No processo criminal aberto pelo juiz federal Sérgio Moro nesta terça, Lula é acusado pelo envolvimento com R$ 87 milhões de propinas pagas pela OAS, por três contratos da Petrobrás. A acusação aponta que R$ 3,7 milhões desse montante foram pagos ao ex-presidente de forma oculta no triplex 164-A do Edifício Solaris no Guarujá (SP) e no custeio do armazenamento de bens pessoais do petista ente 2011 e 2016.

 

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