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'Em uma República não há espaço para atuação oculta do poder público', alerta juiz da Operação Ararath

Investigação da PF mira governador do Mato Grosso, senador, prefeito e outros políticos

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Por Fausto Macedo
Atualização:

O juiz federal Jeferson Schneider, de Cuiabá (MT), abriu o sigilo da Operação Ararath - investigação da Polícia Federal sobre desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por meio de instituição financeira clandestina.

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A medida foi tomada nesta terça feira, 27. "O Brasil constituiu-se em uma república por meio da qual os agentes políticos devem desempenhar suas funções públicas em público", assinala o magistrado. "Em uma república não há espaço para a atuação do poder público de forma oculta ou velada, dando azo ao mistério, à dúvida, à desinformação", alerta Jeferson Schneider.

A Ararath é uma missão da PF desencadeada em cinco etapas, a mais recente há duas semanas, quando o juiz Schneider autorizou prisões e buscas, inclusive em repartições públicas.

A investigação mira importantes personagens do cenário político do País, o governador Silval Barbosa, do Mato Grosso, o senador Blairo Maggi, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes e o maior financiador da campanha do senador Pedro Taques.

Também nesta terça feira, 27, o juiz recebeu denúncia criminal contra Éder de Moraes, ex-secretário de Estado da Fazenda, gestão Blairo Maggi. Ele é acusado por operar instituição financeira sem autorização do Banco Central.

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"A atuação do poder público deve dar-se às claras, sob a luz do sol, de forma transparente, para que todos os cidadãos interessados e preocupados com o destino da república possam ter pleno e irrestrito acesso às informações necessárias para, com independência, realizar o seu juízo de valor", assinala o juiz Jeferson Schneider.

Para o magistrado da Operação Ararath, "a publicidade da atuação do poder público é pressuposto de legitimação dos atos estatais, os quais são expostos ao conhecimento de toda a cidadania para fins de controle do poder público pelo público".

 

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