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Eduardo Cunha sugeriu contratar espionagem para barrar Lava Jato

Revelação contra ex-presidente da Câmara consta dos depoimentos de dois delatores da Odebrecht e o caso, agora, será investigado sob alçada do juiz Sérgio Moro

Foto do author André Borges
Por Fabio Fabrini , André Borges e Julianna Granjeia
Atualização:

Eduardo Cunha fez exames no IML, após ser preso na Lava Jato. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, mandou encaminhar para a Procuradoria da República no Paraná investigação sobre o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que teria tentado contratar a empresa de segurança privada Kroll para conter a operação.

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INCONSISTÊNCIAS

Segundo as delações de Marcelo Odebrecht e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, executivos da Odebrecht, em reunião em fevereiro de 2015, na casa do ex-deputado, o peemedebista sugeriu que a Kroll espionasse os envolvidos nas denúncias para encontrar 'inconsistências' nos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef - os primeiros delatores da Lava Jato.

Para Cunha, com relatórios da empresa seria possível conter a Lava Jato. Ele foi preso em outubro de 2016 por ordem do juiz federal Sérgio Moro. Símbolo da operação, Moro condenou o ex-presidente da Câmara a 15 anos e quatro meses de cadeia.

Durante a gestão do peemedebista na presidência da Câmara, a Kroll foi contratada pela CPI da Petrobrás para investigar movimentações financeiras no exterior de pessoas envolvidas na operação.

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Na época, após pressão de parlamentares, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), revelou os nomes dos 12 investigados pela Kroll. A lista incluía desde o lobista Julio Camargo, que citou Cunha em seu depoimento, e até mesmo Stael Fernanda Janene, viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR).

Como Eduardo Cunha não detém mais foro privilegiado no Supremo a investigação sobre seu suposto interesse em contratar a Kroll para neutralizar a força da Lava Jato vai ser realizada sob a tutela do juiz Moro, por decisão de Fachin.

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