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E-mail indica 'reforma da OAS' para empresa de ex-ministro

Relatório da PF mostra mensagem com planilha de obras da OAS para 'casa da República do Líbano', mesmo local onde funcionava a empresa do ex-ministro

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Por Redação
Atualização:

Por Mateus Coutinho, Ricardo Brandt, enviado a Curitiba e Fausto Macedo

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Quebra de sigilo do e-mail de Julio Cesar dos Santos, que foi sócio minoritário da JD Consultoria até 2013, indica que a empreiteira OAS teria bancado uma reforma no imóvel da JD Assessoria e Consultoria, que segundo a Polícia Federal foi utilizada pelo ex-ministro José Dirceu para lavar dinheiro da corrupção na Petrobrás.

Mensagem de 2008 enviada por funcionária da OAS para o usuário "Carlos Chirinian" indica uma planilha de custos "para a reforma da casa da República do Líbano". A sede da empresa de Dirceu, fechada após sua prisão no mensalão, funcionava na Avenida República do Líbano, no Ibirapuera, região nobre da capital paulista. A mensagem foi então encaminhada para o sócio de Dirceu na JD Julio Cesar dos Santos com a descrição "orçamento da reforma da OAS". Anexada à mensagem há uma planilha de custos com vários itens da reforma que incluia desde tratamento para infiltração e instalações hidráulicas até luminárias. O valor total das obras na planilha é de R$ 253 mil.

VEJA A MENSAGEM QUE CITA A "REFORMA DA OAS":

 Foto: Estadão
 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

O uso de dinheiro de propina para a reforma ou até aquisição de imóveis por Dirceu foi um dos motivos apontados pelos investigadores da Lava Jato que levaram à prisão do ex-ministro. Segundo a força-tarefa, a partir das delações do lobista Milton Pascowitch, R$ 1,3 milhão de propina do esquema da Petrobrás foi usado para reformar a casa do ex-ministro em um condomínio de luxo em Vinhedo (SP).

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COM A PALAVRA, A DEFESA: 

Procurada, a defesa da empreiteira informou que não iria comentar os novos documentos da JD em que ela é citada.

O advogado Roberto Podval, que defende o ex-ministro, afirmou nesta sexta que ele "não é dinheirista". "Podem fazer a crítica que quiserem, podem gostar dele (Dirceu) ou não, o público pode odiá-lo, mas o Zé nunca foi dinheirista, não é a história dele. Zé nunca foi atrás de dinheiro. Colocarem ele como chefe de quadrilha é uma coisa estúpida. Aí eu vejo delator (Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobrás) entregando 249 milhões de reais e o Zé pedindo dinheiro para sobreviver. Isso não é chato? Aí ele é o chefe de quadrilha? É a coisa mais estúpida que ouvi. O chefe da quadrilha precisa de dinheiro para sobreviver, enquanto o subalterno tem 250 milhões para entregar à Justiça? Esse mundo tá maluco. Tem que ver o papel de cada um nessa história."

 

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