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Desembargadora mantém alvos da Águas Claras na cadeia

Alta cúpula da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos é suspeita de envolvimento em desvios que podem chegar a R$ 40 milhões

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Por Julia Affonso
Atualização:

Coaracy Nunes foi preso na Operação Águas Claras. Foto: José Lucena/Futura Press

A desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região negou liberdade à alta cúpula da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), presa na Operação Águas Claras.

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Com a decisão, continuam custodiados o presidente da Confederação, Coaracy Nunes, e outros três dirigentes da CBDA, Ricardo Cabral (Coordenadoria Técnica de Polo Aquático), Sergio Ribeiro Lins de Alvarenga (Diretor Financeiro) e o secretário-geral de Natação e Executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Ricardo de Moura.

A decisão de Cecília Melo deve agilizar a apresentação de denúncia criminal do Ministério Público Federal à Justiça contra o grupo sob suspeita para abertura de ação penal.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA, que não teriam sido devidamente aplicados nos esportes aquáticos.

O presidente da Confederação e os outros dois dirigentes da CBDA estão custodiados na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu - mesmo presídio onde está o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, capturado na Operação Lava Jato em novembro.

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Entre as fraudes investigadas pela Águas Claras, estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor aproximado de R$ 1,5 milhão. Há indícios de que a empresa vencedora seria apenas de fachada, pois em seu endereço na capital paulista funciona uma pet shop.

Também é alvo da Águas Claras a contratação, com suspeitas de irregularidade, de agência de turismo que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas com preços superfaturados. Essas contratações irregulares eram realizadas com verbas federais obtidas por meio de convênios com o Ministério dos Esportes.

A operação apura ainda a suposta apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de US$ 50 mil que deveriam ter sido repassados a atletas. Além disso, estima-se que cerca de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério dos Esportes, deixaram de ser aplicados na modalidade polo aquático. Embora a CBDA tenha recebido esta verba federal para aplicação nos torneios nacionais e internacionais, seus dirigentes não autorizaram a ida da seleção de Polo Aquático Júnior, campeã sul-americana e panamericana, para o Mundial do Cazaquistão, sob o argumento da falta de recursos financeiros.

Na esfera cível, o Ministério Público Federal já levou à Justiça duas ações de improbidade administrativa contra o presidente da Confederação, Coaracy Gentil Monteiro Nunes Filho, outros dirigentes e empresários pelas fraudes em licitações para a aquisição de itens esportivos.

A Operação Águas Claras está sendo conduzida pela Polícia Federal e pelos procuradores da República do Núcleo de Combate à Corrupção em São Paulo Thaméa Danelon, José Roberto Pimenta Oliveira e Anamara Osório Silva, com a participação da Controladoria-Geral da União.

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